Resumo |
Ceratocystis fimbriata é considerado atualmente uma ameaça para o cultivo de plantas de muitas famílias distribuídas em todo o mundo. Este fungo afeta principalmente plantas lenhosas, incluindo várias espécies agronômicas e florestais de importância econômica. O controle da doença é feito com sucesso através do plantio de genótipos resistentes. Portanto, é importante determinar as condições ideais para a reprodução dos sintomas da doença sob condições controladas. Assim, no presente estudo avaliou-se o efeito da temperatura no crescimento micelial ("in vitro") de C. fimbriata de Mangifera indica e Eucalyptus sp., e sobre o desenvolvimento da doença na planta sob diferentes temperaturas em câmaras de crescimento ("in vivo"). Para a avaliação do crescimento micelial, discos de cultivo dos isolados SPMA3 de M. indica ("Espada") e SBS1 de Eucalyptus sp. (clone CLR-223) foram transferidos para placas de Petri contendo meio de Batata-Dextros-Agar (BDA) e incubados a 19, 22, 25 e 28 °C. Empregaram-se 5 repetições (placas) por temperatura. O diâmetro das colônias foi medido a cada 2 dias, durante 10 dias. Para a avaliação da intensidade da doença, plantas de M. Indica e Eucalyptus sp. foram inoculadas com seus respectivos isolados por meio da realização de um ferimento na base do caule e substituindo-se a casca removida por discos de cultivo do fungo em BDA. As plantas testemunhas foram inoculadas com discos de meio de cultura, sem o fungo. Posteriormente, as plantas foram mantidas em câmaras de crescimento sob as mesmas quatro temperaturas utilizadas nos experimentos de crescimento micelial, a fim de comparar ambos os resultados. O comprimento da lesão no lenho foi avaliado 40 dias após a inoculação. Para o isolado SPMA3 de M. indica, a temperatura ótima para o crescimento micelial foi de 25 °C, no entanto, a maior severidade da doença observada para esse isolado foi superior na temperatura de 22 °C; a 28 °C observaram-se os valores mais baixos de severidade. Em Eucalyptus sp., o isolado SBS1 apresentou temperatura ótima para o crescimento micelial a 28 °C, e a maior severidade da doença foi observada também na mesma temperatura. Portanto, no presente trabalho, observou-se que houve uma correlação negativa fraca (-0,552) entre o efeito da temperatura para crescimento micelial "in vitro" e a severidade da doença em M. indica, e uma correlação positiva alta (0,8259) entre o crescimento micelial e a severidade da doença em Eucalyptus sp. |