Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 4280

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Botânica
Setor Departamento de Biologia Vegetal
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Thamires de Souza Carvalho
Orientador MILENE FARIA VIEIRA
Outros membros Islaine F. P. de Azevedo
Título Maranta leuconeura E. Morren, mais uma espécie de Marantaceae autógama
Resumo As espécies da família Marantaceae possuem flores com morfologia complexa e elaborado mecanismo de polinização. Esse mecanismo envolve a apresentação secundária de pólen (da antera para o estilete) e a liberação explosiva e irreversível do estilete acionada pelo polinizador (ocasião em que recebe o pólen em seu corpo), que, a priori, impede a autopolinização espontânea. Em observações preliminares em Maranta leuconeura, realizadas no município de Viçosa, foi verificada frutificação natural na ausência de polinizadores, indicando que a autogamia é o sistema reprodutivo sexuado dessa espécie. Diante desse fato, foi objetivo estudar o processo de autopolinização em M. leuconeura, em populações naturais localizadas na Mata do Paraíso e no Horto Botânico da UFV. Para tanto, foram realizados testes de polinização (polinização cruzada e aberta, autopolinização espontânea e apomixia) e observações em flores frescas e estocadas em etanol 70%. Foi verificado o crescimento de tubos polínicos, por meio da microscopia de fluorescência, em flores autopolinizadas. Adicionalmente, foram acompanhadas 59 flores ao longo do dia, em intervalos de uma hora (desde a abertura das flores até a senescência) para verificar se a liberação explosiva do estilete ocorre e se essa liberação está associada ao processo de autopolinização ou aos fatores ambientais temperatura e umidade do ar (o aparelho utilizado para obtenção desses dados foi Instrutherm HT-600). Nas flores, ainda em pré-antese (antes da abertura, que ocorre por volta das 7 h), foi observado que grãos de pólen depositados na depressão estilar (porção do estilete onde ocorre a deposição secundária do pólen, localizada próximo à região estigmática) alcançaram o estigma receptivo. Modificações sutis no formato dessa depressão possibilitaram esse contato entre o pólen e o estigma e, desta forma, ocorreu a autopolinização espontânea. Em todos os testes de polinização houve frutificação, exceto no de apomixia. Na autopolinização espontânea a frutificação foi de 47%, confirmando a autogamia. Na polinização aberta foram 49% de frutificação, provavelmente, resultante também da autopolinização espontânea, pois inexistem polinizadores nas áreas do presente estudo. Houve crescimento de tubos polínicos em flores autopolinizadas, reforçando a autogamia. A liberação explosiva e irreversível do estilete ocorreu nos horários com as temperaturas mais elevadas e umidade do ar baixa. Apesar da manutenção desse mecanismo, ele não está relacionado ao processo de autopolinização. Concluindo, fica ampliado o número de espécies autógamas em Marantaceae. O processo de autopolinização aqui descrito é semelhante ao de outras espécies da família. Embora autógama, em M. leuconeura a liberação explosiva e irreversível do estilete é mantida, sem a participação de polinizadores.
Palavras-chave Marantaceae, Autopolinização, Apresentação Secundária de Pólen
Forma de apresentação..... Painel
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