Resumo |
A Zona da Mata de Minas Geraisdetém 20% do rebanho da região Sudeste se destacando na produção de leite caprino. Contudo, alguns entraves limitam essa atividade, como a mastite que representa o maior problema sanitário. Para evitar resultados falso-positivos, em caprinos a mastite subclínica é considerada no California Mastitis Test (CMT) acima de duas cruzes devido ao fato de a secreção láctea em caprinos ser apócrina. O objetivo foi determinar a prevalência e a etiologia da mastite subclínica bacteriana em caprinos leiteiros da Zona da Mata de Minas Gerais. Foram selecionadas 10 propriedades (24,39%) da Zona da Mata de Minas Gerais. Nesse estudo, 538 animais foram examinados pelo (CMT). Foram descartados os três primeiros jatos de leite e realizada a antissepsia dos tetos com álcool a 70%, após esse processo foi realizada a coleta de 10 mL de leite em frascos estéreis de cada teto acometido, encaminhados ao laboratório e processadas em até 12 horas após a coleta. Para isolamento e identificação foram inoculados 50 µL de leite, previamente homogeneizado, em placas de Petri contendo ágar sangue ovino a 5%. Procedeu-se à leitura das placas 24, 48 e 72hs após incubação em aerobiose a 37°C, quanto à morfologia das colônias e presença de hemólise. Os isolados foram incubados com 800 µl de caldo BHI novo e 200 µl de glicerol autoclavado e estocadas em microtubos em duplicata congelados em ultrafreezer (-80ºC) para armazenamento. Os microorganismos foram identificados fenotipicamente por meio de características morfológicas, tintoriais e bioquímicas pertinentes a cada gênero. Para identificação genotípica foi realizada a extração de DNA, com kit comerciaL. A análise da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) foi realizada utilizando os iniciadores e programas de amplificação descritos para cada espécie encontrada. A análise estatística dos dados foi realizada através do programa estatístico EPI-INFO 6.0. As 10 propriedades possuíam animais com mastite subclínica, totalizando 253 (47%) animais com pelo menos duas cruzes (++) no CMT, destas 102 (40%) sem crescimento bacteriano e 151 (60%) com crescimento. A frequência aceitável de mastite varia de 13 a 20%. Foram obtidos 209 isolados, e o patógeno mais frequente foi o gênero Staphylococcus detectado em 72,24% dos isolados (152/209), seguido de Streptococcus com 18,66% (39/209) e de bacilos Gram negativos em 7,65% (16/209). Nesse estudo, 65% dos isolados do gênero Staphylococcus foram coagulase positivo e 35% foram Staphylococcus coagulase negativo (SCN). A determinação da prevalência e etiologia da mastite auxilia na avaliação do status sanitário, e possui grande importância, pois há poucos estudos envolvendo a mastite em caprinos, principalmente na região estudada. Esses dados obtidos podem auxiliar na elaboração de programas de controle mais eficientes, contribuindo para diminuição da prevalência e incidência da doença nos rebanhos. |