Resumo |
A murcha-de-Ceratocystis causada pelo fungo Ceratocystis fimbriata é atualmente uma das principais enfermidades da eucaliptocultura brasileira. Seu controle é realizado por meio do plantio de clones resistentes, selecionados por inoculação artificial sob condições controladas. Entretanto, em virtude da alta variabilidade genética e fisiológica nas populações do patógeno, na seleção de genótipos resistentes, é fundamental empregar isolados altamente agressivos e de amplo espectro de patogenicidade. Assim avaliou-se, neste trabalho, a agressividade de isolados do fungo em dois clones híbridos de Eucalyptus grandis × E. urophylla (CLR-223 e CLR-240). Os isolados inoculados foram pré-selecionados com base nos perfis genotípicos do patógeno, obtidos por meio de marcadores microssatélite (SSR). As 28 culturas selecionadas foram transferidas para placas de Petri contendo meio de Extrato de Malte-Levedura- Agar (EMLA) e mantidas por 10 dias a 25°C. A inoculação foi conduzida pelo método de substituição de casca, em que um disco de cultivo do fungo de 5 mm de diâmetro foi depositado sobre a área da casca removida com um fura-folhas. As plantas testemunhas receberam disco de meio de cultura sem a presença do fungo. Após a inoculação, as plantas foram mantidas em casa de vegetação, em delineamento inteiramente casualizado (DIC). A avaliação da agressividade dos isolados foi realizada 50 dias após a inoculação, em que se avaliou a severidade da doença (comprimento da lesão do lenho/ altura total da planta). Todas as plantas inoculadas com o fungo, apresentaram sintomas da doença, e as plantas testemunhas permaneceram assintomáticas e exibiram apenas reação ao ferimento no ponto de inoculação. Os isolados avaliados diferiram em níveis de severidade em ambos os clones. Os isolado TL3 foi o mais agressivo no clone 1288 ( severidade média de aproximadamente 71%). Entretanto, esse mesmo isolado apresentou severidade média apenas de 10% no clone 1172. O isolado TL21 foi o mais agressivo no clone 1172, causando uma severidade média de aproximadamente 76%, sendo que no clone 1288 exibiu uma severidade média de 16%. O isolado TLH18-2 foi o menos agressivo no clone 1288 e o isolado VER11 foi o menos agressivo no clone 1172. Observou-se interação significativa entre isolado e clone avaliado. Portanto, na avaliação de resistência, é fundamental utilizar isolados altamente agressivos de modo a identificar materiais com resistência de amplo espectro. |