Resumo |
A Mata da Biologia, área protegida da Universidade Federal de Viçosa (UFV), constitui-se de aproximadamente 75 ha de Mata Atlântica. Utilizada no século XX para o cultivo de café e cana-de-açúcar apresenta-se hoje em reconstituição, classificando-se como uma mata secundária in situ. A mata localiza-se em meio ao campus da UFV e ainda carece de gestão. O presente projeto tem como objetivo construir um plano de manejo participativo da área e estabelecer a gestão compartilhada. Este atua em parceria a outros dois projetos de Educação Ambiental na área, constituindo o grupo Trilheiros do Sauá. A proposta metodológica do projeto é da pesquisa-ação-participante. Na busca de criação de um modelo de gestão compartilhada e de adequações de infraestrutura da área o projeto articula reuniões com a instância responsável na UFV, anteriormente Pró-reitoria de Administração (PAD) e, atualmente, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCB). Além disso, o grupo participa da atual articulação de projetos que desenvolveu o I Seminário de Integração das Áreas Protegidas da UFV, em março deste ano. No intuito de elaborar o Plano de Manejo da unidade foi realizado um levantamento de dados primários, por meio da aplicação de cem questionários aos usuários da área. A partir destes identificou-se que 69% dos usuários entrevistados são homens, 31% são mulheres, sendo que 91% são moradores de Viçosa e 62% não possui vínculo com a UFV. O uso da área está focado em atividades de lazer (55%), atividades físicas (37%) e contemplação (28%). Apesar de 56% dos usuários acharem seguro a mata, principalmente por desconhecerem incidentes nesta (30%), a maioria (74%) vai para a área acompanhado/a. Para levantamento dos principais conflitos de uso da área foram utilizados, além dos questionários, formulários aplicados nas atividades de Educação Ambiental, pelos projetos parceiros. Os principais conflitos identificados foram: velocidade dos veículos, uso de drogas, roubos, obscenidade, restos de materiais deixados nas trilhas. A área é bastante utilizada para fins acadêmicos, tendo sido analisadas 45 monografias e dissertações dos Departamentos de Biologia e Engenharia Florestal, desenvolvidas nos últimos dez anos. Esses trabalhos estão sendo utilizados como fonte de dados secundários para a composição de um documento inicial na construção do Plano de Manejo. Não foram identificados, por meio dos questionários, grupos organizados que utilizam a área, sendo localizados apenas grupos informais, como o dos ciclistas. A etapa atual do projeto é o contato com os professores/técnicos da universidade e com os demais grupos de usuários para os levantamentos participativos do Plano de Manejo. Destaca-se a partir do trabalho realizado a relevância da área em questão e a necessidade de ordenamento, zoneamento, segurança e sensibilização ambiental. |