Resumo |
A comercialização de produtos florestais não madeireiros (PFNMs) satisfaz a necessidade do consumidor, do mercado, gera renda e contribui para a conservação dos recursos naturais. Portanto, buscou-se caracterizar a comercialização da amêndoa de cumaru, o perfil dos feirantes, varejistas, atacadistas e consumidores e outros aspectos relacionados ao consumo desse produto nos mercados de Santarém e Alenquer no estado do Pará. As informações foram obtidas através de entrevistas estruturadas, aplicada a agentes mercantis que comercializavam cumaru e aos consumidores. Foram entrevistados todos os feirantes (7 de Santarém), atacadistas (4 de Santarém e 5 de Alenquer), varejista (1 farmácia homeopática de Santarém), e 101 consumidores. Os dados foram referentes à safra de 2012. Os resultados mostraram que a comercialização da amêndoa de cumaru foi exercida predominantemente por homens, destacando-se idade média superior a trinta e cinco anos e escolaridade de baixa a alta. A maioria dos atacadistas atuavam no ramo mais de 30 anos, os varejistas em média 28 anos e os feirantes em média 8 anos, empregando até 10 funcionários por estabelecimento, exceto os feirantes, que não possuem funcionários. A venda da amêndoa foi realizada, em grande parte por intermediários e extrativistas, sendo que 87% dos feirantes optaram por comprá-las seca, enquanto o varejo comprou somente seca e ambos as venderam de forma seca natural ou beneficiada. Todos os atacadistas compraram amêndoas verdes e secas, vendendo-as seca in natura. O preço de compra foi estipulado através de negociações diretas entre comprador e vendedor. O principal problema nessa transação foi a baixa qualidade do produto. O preço de venda do quilo da amêndoa seca foi alterado em maiores proporções pelos feirantes (R$62,63) e varejista (R$109,32), quando comparado aos atacadistas, que apesar de comprarem maior quantidade de amêndoa seca, em Alenquer (R$21,60) e em Santarém (R$20,33) as venderam por R$23,60 e R$24,67, respectivamente. A amêndoa geralmente estava embalada e armazenada inadequadamente, a menos no varejo. Esse produto é adquirido da própria região e tem como destino Santarém, Belém, São Paulo, Japão, E.U.A e países da Europa. Entre consumidores prevaleceu o gênero feminino, idade superior a cinquenta anos, ensino médio completo, baixa renda e residência na área urbana, com preferência pela amêndoa in natura para usá-la principalmente no tratamento de doenças. Eles consideram o preço bom e estão dispostos a pagar mais pela semente procedente de plantações ou do manejo sustentável da Amazônia. Assim, o comércio da amêndoa de cumaru é favorável para que se possa investir nesse produto, pois remunera os comerciantes e atende à necessidade dos consumidores. |