Resumo |
Tendo como cenário a Zona da Mata de Minas Gerais, território de atuação do projeto Mulheres e Agroecologia em Rede, vinculado ao Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM), é possível inferir um amadurecimento dos grupos organizados em torno do trabalho produtivo em regiões rurais que o projeto atende. A sinergia gerada na formação e consolidação dos grupos produtivos das mulheres rurais é propulsora de um processo orgânico de empoderamento da mulher como individuo autônomo, consciente de seu valor, com visão empreendedora, coletiva e sensibilidade política. O trabalho de extensão realizado busca fomentar tal processo, através de atividades que fortaleçam e exercitem a autonomia pessoal e econômica das mulheres rurais articuladas ao Grupo de Trabalho Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (GT Mulheres da ANA), fortalecendo suas iniciativas politicas e produtivas, tendo base nas diretrizes feministas e agroecológicas. Na agenda de atividades de 2014, se destacaram os Programas: o Programa de Formação em feminismo e agroecologia (PFFA) e Programa de Formação em Gestão de Empreendimentos (PFG), ambos formulados para o contexto do território atendido. Realizados no modelo de curso presencial, os programas são divididos em módulos e oferecidos exclusivamente para as mulheres representantes de cada grupo produtivo, tal como grupos de quituteiras, artesãs e agricultoras, com conteúdo voltado à qualificação profissional e desenvolvimento pessoal. As atividades realizadas promoveram, por consequência, a melhoria das condições de produção e da gestão dos empreendimentos e da renda, que se estende para o campo da gestão da economia familiar. No enfoque político, o projeto incidiu diretamente na inclusão das mulheres participantes em entidades a nível de sociedade civil, sendo lideranças em suas regiões, agindo no monitoramento e construção de políticas governamentais para a agricultura familiar e políticas específicas de apoio à mulher. O papel dos grupos produtivos de mulheres em torno de uma atividade rural é hoje fundamental, dada uma conjuntura governamental de busca por um plano de apoio à agricultura familiar agroecológica e à mulher do campo. A intervenção técnica extensionista subsidiou, através do projeto, a ascensão política das integrantes, apoiando o processo de apropriação do espaço político ao inserirem seus grupos em redes de articulação de políticas públicas, gerando suas demandas enquanto mulheres e trabalhadoras, que serão incorporadas ao longo do processo de formulação das futuras ações do governo. |