Resumo |
A água para consumo humano deve-se apresentar isenta de riscos à saúde além de ser atrativa para o consumo. Propriedades organolépticas como gosto e odor são consideradas um dos principais motivos de rejeição da água pelos consumidores. Estes podem ter origens em mananciais, redes de distribuição e nos processos de tratamento de água. Além disso, várias espécies de microalgas e cianobactérias, bem como grupos de actinomicetos, fungos e mixobactérias podem produzir compostos, dentre os quais se destacam 2-MIB e geosmina, associados à percepção de gosto e odor de terra e mofo presentes na água. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade organoléptica da água a partir da implementação do Painel Sensorial no sistema de abastecimento de água do campus da Universidade Federal de Viçosa. As análises sensoriais foram realizadas mensalmente no período de agosto de 2014 a maio de 2015 incluindo a participação de sete painelistas devidamente treinados. As amostras de água bruta para a percepção do odor foram acondicionadas em frascos de vidro (erlenmeyers) com capacidade de 500 mL com tampa de vidro e as amostras de água tratada para a percepção do sabor foram analisadas em copos de vidro. As águas bruta e tratada foram qualificadas, sempre, com gosto e, ou odor entre o limiar de percepção e intensidade fraca, mas com variações entre os painelistas. No período de análise, na água bruta foram percebidos odores de terra, mofo e vegetação, com intensidade variando de limiar (2) a fraco (4). Na água tratada foram percebidos gostos amargo e doce, odor de cloro e sensação adstringente e metálica no nariz e na língua, também com baixa intensidade. De acordo com a Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde, a intensidade máxima permitida é 6 – fraco a moderado, acima desse valor a água é considerada imprópria para o consumo humano. Portanto, durante o período avaliado, a água esteve dentro do padrão de potabilidade de acordo com o que preconiza a referida Portaria. |