Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 4097

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Agricultura, agroecologia e meio ambiente
Setor Departamento de Solos
Bolsa PROEXT
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro UFV
Primeiro autor Sara Gonçalves Barbosa
Orientador Angélica da Silva Lopes
Outros membros Breno de Mello Silva, Fabrício Vassalli Zanelli , IRENE MARIA CARDOSO, Priscila Schultz Fonseca Baptista
Título Intercâmbios Agroecológicos– Diálogos entre saber popular e conhecimento científico
Resumo Durante a Revolução Verde, a vida dos trabalhadores do campo no Brasil foi pressionada pelas empresas de insumos agrícolas bem como pela perda da biodiversidade e expulsão das pessoas do campo. O Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA) surge na década de 1980, em contraposição a esse modelo, atendendo à demanda por uma agricultura alternativa. O CTA surge a partir de diálogo direto entre técnicos, sindicatos dos trabalhadores rurais, lideranças locais, estudantes e professores da UFV. Para a construção da agroecologia, muitos desafios técnicos e metodológicos precisaram e precisam ser superados. Um dos desafios neste processo é como articular os saberes populares e científicos, na perspectiva da Ecologia de Saberes. Na Zona da Mata, este desafio tem sido enfrentado com os Intercâmbios Agroecológicos - um processo social de promoção da agroecologia que congrega diversas metodologias para permitir a troca de conhecimentos. Os Intercâmbios são baseados no pensamento de Paulo Freire e nas experiências de Campesino a Campesino da América Central e Latina. Com este trabalho pretendemos apresentar a metodologia dos Intercâmbios e analisar suas contribuições e desafios na construção da Agroecologia na Zona da Mata mineira. A primeira etapa dos Intercâmbios é a articulação com os sindicatos, lideranças locais e famílias agricultoras. No Intercâmbio ocorre uma mística de abertura que pode ser uma oração, música, dança ou poesia; uma roda de apresentações; a família conta sua história e da comunidade. Depois é realizada uma caminhada pela propriedade, em que cada participante coleta um elemento que lhe chama a atenção; a seguir ocorre uma roda de socialização e cada um apresenta o elemento escolhido e fala o que sabe sobre ele. Feito isso, ocorre a troca de sementes e mudas. Em seguida ocorrem os informes e encaminhamentos onde é marcado o próximo Intercâmbio e o seu tema, com base em alguma questão-problema apresentada por algum agricultor. Outra prática comum nesses encontros é a merenda agroecológica, onde cada um leva pão, bolo, fruta, suco etc., feitos com produtos de sua propriedade. Por fim, ocorre uma mística de encerramento similar à de abertura. Nos últimos cinco anos foram realizados em média 25 Intercâmbios por ano, número que vem sendo ampliado através da incorporação de novos municípios. A cada Intercâmbio é perceptível a transformação nos cuidados com as propriedades e a aproximação das famílias agricultoras entre si e com a comunidade técnica e acadêmica. A partir dos Intercâmbios forma-se uma verdadeira rede de conhecimentos, de movimento e de ciência que tem contribuído para fortalecer e ampliar a agroecologia nesta região de Minas Gerais. Agradecimento especial às nossas famílias agricultoras que cuidam de nosso povo e sustentam nosso país. Apoio Projeto Comboio Ecoar/CNPq edital 81/2013 e PROEXT-MEC2015
Palavras-chave Agroecologia, Intercâmbio, Troca de Saberes
Forma de apresentação..... Painel
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