Resumo |
Os Arranjos produtivos Locais (APLs) contribuem estrategicamente para ampliar a competitividade de pequenas e micro empresas, propiciando um contexto mais favorável aos negócios, em virtude da geração de economias externas. Ademais, também impactam positivamente no índice de desenvolvimento da região onde se localizam, ampliando os níveis de emprego e renda. No entanto, o fato dos APLs serem constituídos por diferentes atores com interesses distintos, consiste em um fator que coloca em risco o alcance de tais benefícios. Diante desta complexidade, para coordenar as relações e propiciar o desenvolvimento de ações coletivas, torna-se necessário estabelecer uma governança no aglomerado. A governança no âmbito dos APLs consiste na coordenação ou comando exercido por certos atores sobre as inter-relações produtivas, comerciais e tecnológicas do arranjo. Esta coordenação é fundamental para viabilizar o alcance dos benefícios estratégicos e econômicos almejados pelos aglomerados. Por tais aspectos e por estar atrelada ao conceito de gestão social, que atualmente tem ganhado considerável espaço no âmbito acadêmico, a análise da governança no contexto das aglomerações consiste em tema notório de estudo. Neste sentido, este projeto objetivou compreender a dinâmica da aglomeração produtiva do setor de vestuário de Muriaé – MG, a partir do contexto institucional que a envolve e das interações interorganizacionais que nela ocorrem. A pesquisa apresentou uma abordagem qualitativa, de cunho descritivo, com coleta de dados secundários realizada por meio da pesquisa documental em sites e outros documentos, como o Diagnóstico da Indústria do Vestuário de Muriaé e Região do ano de 2010. No que tange à coleta de dados primários, esta ocorreu por meio de entrevistas realizadas com 21 atores no APL. A análise da dimensão estrutural direcionou-se à abordagem dos principais atores da governança e suas respectivas funções no âmbito do arranjo. Já a análise da dimensão processual ocorreu por meio da abordagem de duas categorias, sendo estas a cooperação e a coordenação. Concluiu-se que o APL possui uma estrutura que, apesar de alguns aspectos a serem aprimorados, conta com atores que podem viabilizar o alcance de benefícios oriundos de atividades coletivas. No entanto, há necessidade de direcionar significantes esforços aos processos de interação, visto que o arranjo carece amadurecer os processos de coordenação e estabelecer uma efetiva cooperação entre os empresários. |