ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Pós-graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Literatura |
Setor | Departamento de Letras |
Bolsa | CAPES |
Conclusão de bolsa | Não |
Primeiro autor | Mônica de Freitas |
Orientador | SIRLEI SANTOS DUDALSKI |
Título | Shakespeare sob o olhar africano: Welcome Msomi e sua adaptação zulu de Macbeth |
Resumo | Sempre que pensamos em grandes ícones do Teatro, nos vem à mente a figura de William Shakespeare. Sua versatilidade, inventividade e capacidade de inovação fizeram com que o bardo renovasse o gênero dramático que, a partir da inspiração em histórias e lendas já conhecidas, criou enredos com uma linguagem original e inesquecível. A fama das peças shakespearianas permanece viva até os dias de hoje e continua gerando frutos através de outros autores que, tomando como base o seu legado, produzem textos que só fazem multiplicar e perpetuar a memória do bardo, afinal, como afirma Julia Kristeva abordando o conceito de “intertextualidade”, o texto nada mais é do que a absorção e transformação de outro(s) texto(s), ou seja, o autor é influenciado pelas leituras que faz durante toda a sua vida. Assim, uma obra sempre vai remeter a outra. Portanto, sob o conceito cunhado por Kristeva, bem como a noção de “dialogismo” proposto por Bakhtin e aliado à Teoria da Adaptação, este trabalho tem o objetivo de estudar a peça Macbeth, de William Shakespeare, e a adaptação sul-africana uMabatha, de Welcome Msomi, buscando ressaltar as diferenças e similaridades presentes na peça sul-africana e quais estratégias utilizadas por Msomi para construir a sua adaptação zulu. Para o desenvolvimento desta pesquisa, serão utilizados estudos críticos retirados em livros, artigos, e outros tipos de publicação referentes ao Teatro, ao conceito de “intertextualidade”, bem como o conceito de “apropriação” e “adaptação”. Pretendemos demonstrar que não existe um texto “puro” sem interferências textuais de outras obras, e que isso não retira em nada a originalidade de um texto, pois cada autor é único, e ainda que se trate de uma obra adaptada, há sempre a forma particular de o autor interpretar e trazer à vida a sua arte – e é isso o que vemos em uMabatha. Ao estudar a adaptação de Msomi, percebemos certos detalhes que tornam a sua obra singular: a origem do autor, qual peça shakespeariana ele escolheu para adaptar e o período político em que seu país estava imerso quando criou sua obra. Todos esses fatores são únicos, e fizeram com que sua peça se tornasse única. Para criar um Macbeth Zulu, Welcome Msomi recorreu a importantes técnicas, e a principal delas foi através da performance. O texto criado pelo autor também apresenta características genuínas – e é no texto que este trabalho vai se aprofundar. Dessa forma, comparando Macbeth de Shakespeare e uMabatha de Msomi vemos semelhanças na construção do enredo, aproximação do nome das personagens e a sequência das ações. Contudo, a forma como que os discursos são trabalhados é completamente diferente. Assim, este trabalho pretende contribuir para desmistificar a ideia de que a adaptação é uma “cópia” do texto-fonte e demonstrar como o texto de Msomi preserva a essência da peça shakespeariana, porém, vestindo-a totalmente para a realidade zulu, tornando-a uma obra extraordinariamente original. |
Palavras-chave | Macbeth, uMabatha, literatura comparada |
Forma de apresentação..... | Painel |