Resumo |
Como parte do projeto intitulado POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA, SABERES E PRÁTICAS, financiado pelo PROEXT 2015, esta bolsa teve por objetivo primeiro apoiar a editoração e impressão de cartilhas e folders para os trabalhos de capacitação ou de sistematização na extensão universitária. Vários são os temas abordados: saneamento rural, agroecologia, história dos movimentos sociais, Homeopatia na Agropecuária, técnicas de produção e uso de insumos na agricultura, receitas (produtos de limpeza, alimentação saudável, de tinta de terra) dentre outros. Esses materiais surgem ao longo dos trabalhos realizados junto a agricultores familiares, movimentos sociais, EMATER e instâncias públicas, como o CMDRS de Viçosa. Alguns deles surgiram de projetos de extensão anteriores, mas todos foram orientadas por metodologias próprias às etnociências e voltadas para uma construção (com)partilhada do conhecimento. Muitos são os desafios nessa editoração, tanto teóricos quanto metodológicos. Para estudante, professores e técnicos, da EMATER ou de outras organizações sociais que trabalham em parceria nos projetos, há necessidade de aprofundamento conceitual, pois isso garante qualidade aos diagnósticos, às orientações e construções subsequentes. A linguagem não é um detalhe nessa editoração: não se trata apenas de troca de palavras, mas de construção de um texto dotado de sentido. O sentido do texto e a compreensão só é apreendido se o material for escrito tendo como referência as expressões e dúvidas que surgem nas interações sociais que acontecem nos trabalhos interativos de extensão. Não basta observar atentamente as dúvidas e expressões que surgem nas experimentações. Há necessidade de disciplina nos registros, além de incorporação imediata desses registros no material de divulgação. Por isso, as cartilhas e os folders são sempre uma produção provisória e, a cada teste, eles podem ser melhorados. A distribuição dos assuntos nas páginas e as ilustrações fazem parte do conteúdo e da possibilidade de entendimento, por isso o material é testado e validado. Os limites postos pelos sistemas operacionais dos computadores da Universidade e a configuração exigida, inicialmente, pela imprensa colocaram-se como os maiores desafios. Por esse motivo, em alguns momentos, a impressão, a tempo do material, para uso nas atividades do projeto foi dificultada e tumultuada. Essa situação foi superada após negociação sobre a formatação a ser entregue de forma que garantisse a qualidade da impressão e facilitasse o trabalho de todos. A aquisição, com recursos do Proext, de novos computadores e de sistemas operacionais foi muito demorada, o que complicou ainda mais o desempenho da equipe. Entretanto, produzir cartilhas e folders é uma rica experiência de trabalho em equipe e exige uma disciplina acadêmica diferente da que acontece em sala de aula ou na pesquisa, mas que permite formação diferenciada, tanto para estudantes quanto para docentes, agricultores e técnicos. |