Resumo |
Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HA), enfermidade altamente prevalente, é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A alimentação inadequada, o excesso de peso, o sedentarismo, o tabagismo e o uso excessivo de álcool são fatores de risco comuns e potencialmente modificáveis, devendo ser levados em consideração no processo terapêutico e na prevenção da HA. Apesar das evidências de que o tratamento anti-hipertensivo é eficaz em diminuir a morbimortalidade, a falta de adesão ao tratamento e a consequente falta de controle da HA representam um grande desafio ao sistema de saúde no Brasil. Objetivo: Desenvolver diferentes estratégias de educação em saúde e nutrição com o intuito de estimular a adoção de hábitos de vida saudáveis e caracterizar clínica e epidemiologicamente os portadores de HAS de Porto Firme, Minas Gerais. Metodologia: Estudo de intervenção longitudinal, do tipo ensaio comunitário, comparativo, de abordagem quali-quantitativa, desenvolvido na Unidade de Atenção Primária à Saúde da área urbana de Porto Firme, no período de julho de 2012 a setembro de 2013. Para caracterização da população, avaliaram-se dados sociodemográficos e antropométricos (peso, altura, circunferência da cintura (CC) e índice de massa corporal (IMC)). As estratégias de educação em saúde desenvolvidas ocorreram em oficinas educativas e visitas domiciliares mensais, desenvolvidas por meio de metodologias ativas. O modelo educativo proposto se baseia no diálogo, na interatividade e na problematização da realidade. Resultados: Foram analisados 42% (n=293) dos portadores de HA do município. Dentre eles, 74,1% eram do sexo feminino, 69% eram idosos, com média de idade de 65,8 anos (mín. 25 anos, máx. 89 anos). Aproximadamente 84% dos avaliados apresentavam baixa escolaridade e 90% apresentavam renda menor que três salários mínimos. Em relação à avaliação antropométrica, a média de IMC foi 29,6 Kg/m² (mín. 14,8Kg/m², máx. 50,0 Kg/m²), 67% foram classificados com excesso de peso e 86% apresentaram risco de doença cardiovascular pela medida da CC. As diversas estratégias de nutrição e saúde desenvolvidas, como rodas de conversa, montagem coletiva da pirâmide alimentar, montagem do prato saudável, filmes, entre outras, propiciaram trabalhar sob a perspectiva do indivíduo como autor das suas ações, criando uma abertura para o processo de reflexão a respeito do conceito de saúde, e a importância da cooperação de cada um no processo saúde-doença-adoecimento. Conclusões: A abordagem das atividades de educação em saúde buscou ampliar a visão crítica dos sujeitos, de modo a facilitar os caminhos para que as pessoas encontrem a melhor forma de cuidar da sua saúde. Além disso, propiciou o vínculo entre os pesquisadores e os participantes do estudo. |