Resumo |
Mudanças ocorridas no plano sócio-político-econômico alteraram a dinâmica e estrutura familiar, gerando aumento do número de famílias chefiadas por mulheres. Vários setores absorvem mão de obra feminil e grande parte desses está ligada a trabalhos ditos femininos. Um desses setores é o hoteleiro, que emprega mulheres em diversas funções. A alta rotatividade no setor hoteleiro é uma realidade e pode estar ligada a qualidade de vida no trabalho (QVT), a qual pode influenciar a qualidade de vida pessoal dos colaboradores. Assim, objetivou-se analisar a QVT e pessoal de mulheres que trabalhavam em hotéis de Viçosa-MG e verificar se havia relação com a alta rotatividade no trabalho presente no setor. Especificamente pretendeu-se: conhecer o perfil socioeconômico de mulheres que desempenhavam função no setor hoteleiro; verificar como estas mulheres percebiam a sua QVT e sua qualidade de vida pessoal; verificar o que os gerentes/proprietários dos hotéis compreendiam por QVT e como analisavam a alta rotatividade presente no setor; analisar a QVT e a qualidade de vida pessoal visando verificar se havia relação com a alta rotatividade. A amostra foi composta por 52 mulheres e os 9 gerentes/proprietários dos hotéis participantes da pesquisa. Os instrumentos metodológicos utilizados foram questionário estruturado, roteiro de entrevista semiestruturado e questionário estruturado do tipo escala Likert. Os resultados evidenciaram que a idade das colaboradoras entrevistadas variava de 20 a 65 anos, sendo que 63,5% (33) possuía idade entre 30 e 49 anos. A maior parte delas era casada, 53,8% (28), e possuíam lares constituídos por 2 a 4 membros, 84,6% (44). Essas mulheres ocupavam principalmente cargos relacionados à organização, limpeza e alimentação. Para elas, QVT relacionava-se principalmente ao ambiente de trabalho, gostar da atividade que desempenhava e ter tranquilidade no desenvolvimento da função, o aspecto mais expressado foi o bom relacionamento com os colegas de trabalho. Já a qualidade de vida pessoal estava ligada principalmente à harmonia e convivência familiar, às questões religiosas e satisfação em relação ao seu trabalho. Para as(os) gerentes/proprietárias(os) dos hotéis QVT se relacionava ao prazer em trabalhar na empresa, bom convívio entre os colaboradores, reconhecimento do trabalho e investimento na infraestrutura fornecida para o desenvolvimento das atividades. Confirmou-se a hipótese que a QVT reflete na qualidade de vida pessoal e vice versa. O hotel que não proporcionava um bom ambiente de trabalho, não possuía colaboradoras em número suficiente e não mantinha uma remuneração adequada gerando impactos diretos na qualidade de vida pessoal das colaboradoras, apresentando alto índice de rotatividade. O contrário também foi confirmado. Conclui-se que a rotatividade está diretamente ligada à insatisfação com o ambiente de trabalho e a motivação da colaboradora, ou seja, a QVT oferecida pela empresa e seu reflexo na qualidade de vida pessoal. |