Resumo |
A obtenção de etanol a partir do bagaço (fibra) da cana-de-açúcar permite o aumento da rentabilidade na produção de álcool carburante, por meio da hidrólise da celulose e hemicelulose provenientes deste resíduo. A cana-de-açúcar apresenta na sua massa 2/3 de material lignocelulósico. Quimicamente o bagaço é muito interessante para a produção de bioetanol, uma vez que seu conteúdo é de 50% de α-celulose, 25% de pentosanas, aproximadamente 25% de lignina e apenas 2,4% de cinzas. A produtividade em álcool no Brasil pode ser incrementada pelo uso do bagaço da cana-de-açúcar. Neste cenário, o objetivo do trabalho é analisar e comparar a produção de glicose por sacarificação, submetidos a pré-tratamentos com ácido, vapor e ácido/básico em diferentes cultivares de cana-de-açúcar no primeiro e segundo corte . O experimento foi delineado em blocos inteiramente ao acaso, com seis repetições. A coleta e análise dos dados para lignina foi realizada em seis repetições enquanto que para glicose e fibra foi efetuada em três repetições. As parcelas foram constituídas de 4 sulcos de 5 metros, espaçadas entre si em1,40 m. Os genótipos utilizados foram RB835486 (cultivar), RB987934 (clone), RB925211 (cultivar) e RB855536 (Cultivar). Assim a primeira análise realizada foi a avaliação do teor de fibra, onde observou-se que tanto para primeiro corte quanto no segundo corte, não houve diferença significativa entre os genótipos. Na avaliação dos genótipos em estudo, seja no corte 1 ou corte 2, o teor de lignina dos materias genéticos não diferiram estatisticamente. Após 72 horas de hidrolise houve uma liberação de 28,85g. de glicose/litro de bagaço para o pré-tratamento ácido básico. Para o tratamento ácido a liberação 10,64g. de glicose/litro de bagaço e para o vapor 4,87g. de glicose/litro. Analogamente para o segundo corte, o pré-tratamento de maior produção de glicose foi o ácido/básico seguidos do ácido e o vapor respectivamente. A superioridade do tratamento ácido/básico deve-se ao fato de que o ácido no primeiro momento solubiliza a fração hemicelulósica da biomassa e o álcali é mais eficiente em solubilizar a lignina e assim tornando a celulose mais acessível as enzimas de transformarão a celulose em glicose. Há necessidade de caracterização de outros compostos do bagaço para explicar a diferença entre genótipos além de fibra e lignina. |