Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 3999

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Zoologia
Setor Departamento de Biologia Animal
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Rodrigo Cupertino Bernardes
Orientador MARIA AUGUSTA LIMA SIQUEIRA
Outros membros Hudson Vaner Ventura Tomé, Wagner Faria Barbosa
Título Inseticidas derivados do nim causam repelência em abelhas sem ferrão?
Resumo Os meliponíneos (Hymenoptera: Apidae, Meliponina) são abelhas eussociais que se destacam pela diversidade de espécies no Brasil. Conhecidos popularmente como abelhas sem ferrão são importantes polinizadores em ecossistemas tropicais e podem ser potencialmente afetados por inseticidas. Apesar da importância dessas abelhas nos ecossistemas naturais e para a produtividade agrícola, poucos estudos avaliaram efeitos de inseticidas sobre esses insetos. O nim é um bioinseticida que apresenta pouca toxicidade a mamíferos, rápida degradação no ambiente e sua utilização têm sido amplamente incentivada devido à sua origem natural. Apesar dos seus potenciais, sua utilização requer atenção, pois, a azadiractina, ingrediente ativo do nim, causa repelência, retardo no crescimento e efeito anti-alimentar em insetos, o que pode, supostamente, prejudicar polinizadores. Neste estudo, verificamos os efeitos sub-letais da azadiractina nas espécies de abelhas sem ferrão Melipona quadrifasciata e Partamona helleri, por duas vias de exposição: exposição por contato e exposição oral. Realizamos os testes de escolha com as abelhas em placas tratadas divididas ao meio: metade tratada com água e metade com azadiractina. Nesse ensaio, avaliamos repelência por contato e irritabilidade das abelhas mantidas nas placas. As abelhas foram consideradas repelidas quando permaneceram menos de 1 segundo na metade tratada da placa e irritadas quando permaneceram menos tempo na área tratada. A repelência por exposição oral e o efeito anti-alimentar foram avaliados em testes de escolha, nos quais as abelhas foram mantidas em tubos contendo xarope de mel contaminado com diferentes concentrações do inseticida em uma das extremidades e xarope de mel puro na outra extremidade. Abelhas que não ingeriram o alimento contaminado foram consideradas repelidas. O efeito anti-alimentar foi contabilizado em abelhas que ingeriram o alimento contaminado inicialmente mas não ingeriram o xarope de mel puro secundariamente . As concentrações do inseticida utilizada para ambos os testes foram de 30 mgi.a./L e 60 mg i.a./L. As espécies testadas não apresentaram repelência às áreas tratadas com azadiractina, mas operárias de M. quadrifasciata apresentaram irritabilidade por áreas tratadas com azadiractina na concentração de 60 mg i.a./L. A exposição oral à azadiractina não causou efeitos significativos em M. quadrifasciata, porém causou efeito anti-alimentar em operárias de P. helleri submetidas à ingestão de solução contaminada com 60 mg i.a./L. Concluímos que, em condições de campo, provavelmente meliponíneos serão expostos à azadiractina em virtude da ausência de repelência ao produto estudado. Entretanto, a utilização do produto não alterou o comportamento alimentar das abelhas, pois o efeito anti-alimentar ocorreu em apenas uma espécie após exposição a uma concentração alta e não recomendada para uso em campo.
Palavras-chave Meliponíneos, Bioinseticida, Azadiractina
Forma de apresentação..... Painel
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