Resumo |
A contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é mundialmente prevalente e tem se intensificado nas últimas décadas, principalmente na população acima dos 50 anos. Segundo Santos e Assis (2011), o aumento da incidência da AIDS na população idosa tem emergindo como um desafio para o Brasil, em termos do agendamento e implementação de políticas publicas, que promovam medidas preventivas e redução da doença. Nesse contexto, considera-se que a análise das representações dos idosos sobre a AIDS se torna importante, uma vez que a partir de tal conhecimento é possível apreender o real significado que essa doença tem para os eles, além de verificar se esses idosos se consideram um grupo de risco para a aquisição da doença. Assim, o presente estudo objetivou analisar os significados da AIDS para idosos participantes de um programa de terceira idade. Metodologicamente fez-se uso da entrevista semiestruturada e do Teste de Associação Livre de Palavras (TALP). A população estudada foi constituída de homens e mulheres idosos, residentes no município de Viçosa/MG, que frequentam um programa de terceira idade, com faixa etária a partir de 60 anos. Dessa população, foi selecionada uma amostra de 20 idosos com o intuito de examinar as suas representações sobre a AIDS. Essa amostra do tipo intencional, foi escolhida, levando-se em consideração a vontade dos idosos em participarem do estudo e o número de idosos que frequentaram o PMTI durante o período das entrevistas. Os resultados mostraram que 100% dos entrevistados, tinham conhecimento sobre a AIDS, que era associada a: doença ou doença sem cura (15), doença que pega ou transmissão (5), cuidados (4) e coisa ruim (2). As percepções sobre a AIDS na terceira idade estavam ligadas a palavras negativas comparativamente aos aspectos positivos, como pode ser visto nas seguintes palavras: doença ou doença sem cura (8), morte (7), como pegou -a doença-? (3), falta de vergonha (3), falta de prevenção (3), difícil de imaginar (2) e tratamento (2). Além disso, o aumento da incidência da AIDS na população idosa está ligado muitas vezes à falta de informações, bem como à limitada prevenção, já que a forma predominante de contágio é a sexual. É comum pensarem que devido à idade essas pessoas não possuem vida sexual ativa, o que limita a prevenção. Conclui-se que os idosos associam a palavra AIDS, na maioria das vezes, a representações negativas, como uma situação inexplicável e vergonhosa, evidenciando uma concepção do tipo moral e social. |