Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 3894

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Artes, literatura e cultura popular
Setor Departamento de Letras
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Regina Costa Nunes Andrade
Orientador SIRLEI SANTOS DUDALSKI
Título De Clarice Lispector para Suzana Amaral: Intermidialidade no processo de adaptação de A hora da estrela
Resumo O cinema brasileiro retrata nossa cultura e diversidade, tendo obras de qualidade e conteúdo diversos. Nossas produções cinematográficas têm ganhado, ao longo dos anos, destaque não somente em território nacional, mas também no exterior. Sabemos que tanto o livro quanto o filme A hora da estrela trouxeram destaque para a literatura e o cinema brasileiros. Neste contexto é que pretendemos estabelecer uma reflexão analítica sobre a adaptação do romance A hora da estrela, de Clarice Lispetor, para sua versão fílmica homônima de Suzana Amaral, tendo a perspectiva da intermidialidade nesse processo. Este é o primeiro longa-metragem dirigido por Amaral, o qual obteve uma grande receptividade por parte do público, além de ganhar prêmios no Brasil e no exterior. O romance A hora da estrela teve sua primeira edição publicada em 1977, sendo sua adaptação fílmica lançada em 1985. Para nosso trabalho são interessantes os procedimentos de adaptação encontrados no filme, comparativamente com o texto escrito, sob o viés da intermidialidade e da teoria da adaptação. Para tal utilizaremos os conceitos e abordagens sobre intermidialidade trazidos por Claus Clüver, em Intermidialidade, e Irina O. Rajewsky, em Intermidialidade, intertextualidade e “remediação”: uma perspectiva literária sobre a intermidialidade, aliando aos estudos de Linda Hutcheon em Uma teoria da adaptação e Robert Stam em A literatura através do cinema: realismo, magia e a arte da adaptação. Acreditamos que também seja importante trazer neste artigo uma problematização a cerca do texto escrito, usando, para tal feito, o artigo A posição do narrador, Rodrigo S. M., em A hora da estrela, de Clarice Lispector, de Daniela Spinelli, e a dissertação As instâncias do silêncio em A hora da estrela, de Érika Cintra Ribeiro. Em A hora estrela temos a narrativa de um momento da vida (e morte) da jovem Macabéa, uma nordestina de dezenove anos virgem, datilógrafa e que bebe Coca-Cola, como ela mesma se define. As cenas/atos presentes desencadeadores da trama no romance são mantidas no filme. Isto faz com que, ao nosso ver, poucos cortes e alterações no enredo, isso no tangente à Macabéa. Neste ponto podemos problematizar a “substituição” do narrador, no livro Rodrigo S. M., pela imagem selecionada pela diretora, Suzana Amaral. Notamos que Amaral, nas palavras de Robert Stam (2008), “elimina o narrador, que é substituído por ela mesma (e o cinema como narrador impessoal)”. Logo, inferimos que a diretora transpõe a mediação entre subjetividade e análise para a “imagem”, no sentido do “mostrar”, “selecionar” as cenas. Diante disso fica evidente nossa avaliação positiva em relação à adaptação feita por Suzana Amaral da novela clariceana, sobre tudo pelo viés intermidiático, onde “a combinação de mídias encontra-se em grande parte dos produtos culturais, desde as danças e canções rituais pré-históricas até muitos textos eletrônicos digitais” (CLÜVER, 2007, p. 15).
Palavras-chave Adaptação, intermidialidade, narrador.
Forma de apresentação..... Painel
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