Resumo |
O comércio internacional brasileiro teve um crescimento expressivo nas últimas duas décadas, com a corrente de comércio (exportações + importações) aumentando 370% entre 1995 e 2014 (96,5 bilhões de dólares em 1995 para 454 bilhões em 2014). A demanda expressiva da China por commodities e por um número relativamente pequeno de produtos baseados em recursos naturais, explica grande parte desse crescimento. O comércio brasileiro ainda é pouco diversificado e pouco integrado aos mercados internacionais. A queda das tarifas ocorridas ao longo dos últimos anos só ressaltou a importância de outras variáveis na constituição dos custos bilaterais de comércio, tais como aquelas relacionadas à falta de informação, ao excesso e sobreposição de regulação, aos altos custos alfandegários e de transporte internacional. Todas essas variáveis são componentes dos custos totais do comércio e, portanto, afetam diretamente a competitividade de um país. Portanto, o objetivo desse estudo foi calcular e avaliar os custos do comércio bilateral brasileiro com seus parceiros comerciais, no período de 1995 e 2013, e analisar a relação dessas variáveis com o os custos totais. O método utilizado para o cálculo dos custos bilaterais foi proposto por Novy (2009) a partir de uma equação de gravidade derivada do trabalho de Anderson e van Wincoop (2003). Os parceiros comerciais do Brasil inclusos na pesquisa foram divididos em ”Desenvolvidos”, “Em Desenvolvimento” e, “Pouco Desenvolvidos”, com os resultados indicando reduções diferenciadas nos custos totais para cada classe de parceiros ao longo do período. Também, ficou aparente que os menores custos do comércio estão associados ao comércio com os países ”Desenvolvidos” e os maiores custos com os países “Pouco Desenvolvidos”. Os diferentes níveis e taxas de redução dos custos, entre os diferentes parceiros, sugere políticas diferenciadas sobre os componentes dos custos para o aumento das vantagens competitivas do Brasil no comércio internacional. |