Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 3852

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Artes, literatura e cultura popular
Setor Departamento de Letras
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Iara Cássia de Castro
Orientador JOELMA SANTANA SIQUEIRA
Título Memória coletiva e política brasileira em Rasga Coração, de Oduvaldo Vianna Filho
Resumo Com o advento da História Nova outras fontes começam a ser incluídas e valorizadas como importantes para o entendimento da história dos sujeitos e dos diferentes grupos sociais. É nessa perspectiva que a memória aparece enquanto uma importante fonte histórica que contribui para o acúmulo de relatos e análises da história pessoal e coletiva. Neste sentido, recordar e analisar obras de autores/as da literatura brasileira que contribuíram para a construção da história cultural do país é de suma importância para nos entendermos enquanto povo, que possui uma memória de resistência e luta em comum. O presente trabalho analisa a obra Rasga Coração (1974), de Oduvaldo Vianna Filho, participante ativo do Teatro de Arena, fundador do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Grupo Opinião. Nosso objetivo é retomar as experiências deste dramaturgo, buscando entender como ele participa da formação da memória coletiva da dramaturgia e da política brasileiras. A peça analisada gira em torno da relação entre Manguari e Luca (pai e filho), em que o primeiro tem uma trajetória de organização em lutas sociais revolucionárias com sindicatos, associações e grupos populares. Espaços estes em que foram demandadas pautas coletivas como a criação de mais empregos e a garantia dos direitos trabalhistas. Já o segundo, o Luca, é apresentado na peça com uma perspectiva revolucionária mais individualizada, a busca de sua liberdade pessoal é mais importante do que a coletiva. Sua luta é pela liberdade de seu próprio corpo e de suas necessidades pessoais. Estes posicionamentos de Luca demonstram no decorrer da obra a desconsideração da memória de Manguari pelo filho, pois, por mais que seu pai tente lhe aconselhar sobre a luta coletiva, a sua experiência é negada e considerada como ultrapassada. Ao tema universal do conflito de gerações entre pai e filho, Vianinha vai associar questões políticas importantes para a discussão sobre o Brasil moderno, a juventude, a contracultura, a política, ditadura militar etc. Todos esses conceitos serão investigados e debatidos ao longo da análise. Luca é punido no decorrer da peça ao ser expulso de casa, e Manguari, no presente, acomodado no lugar de funcionário público, evita alguns enfrentamentos cotidianos das relações de poder. Vianinha traz à reflexão o que é ser revolucionário e põe em questão valores que envolvem esta identidade. Neste sentido, é possível perceber na obra que para o autor este lugar passa pelo entendimento da necessidade da luta por pautas coletivas e pela crença (permanente e atualizada) na possibilidade da transformação social das desigualdades vivenciadas pelo povo brasileiro. Características estas que podem ser criadas e sustentadas pelo conhecimento e valorização da memória coletiva, que pode ser resgatada principalmente pelo diálogo com a produção literária dos diferentes tempos históricos.
Palavras-chave teatro, política, literatura
Forma de apresentação..... Painel
Gerado em 0,66 segundos.