Resumo |
Os insetos sugadores, o que incluem as larvas de cecidógenos, podem causar o desfolhamento de árvores e de mudas, o aborto de gemas foliares, a deformação das folhas e de fustes, transmitir doenças, promover o desenvolvimento de “Fumagina”, clorose generalizada, senescência foliar precoce e necroses nos locais das picadas e injeções de saliva tóxica. O Brasil, atualmente, possui uma das maiores áreas plantadas de eucalipto no mundo e as árvores dessa essencial florestal podem ser atacadas por diversas insetos daninhos, entre eles a microvespa-da-galha Leptocybe invasa Fisher & LaSalle, 2004. Este inseto florestal daninho ataca as folhas, formando cecídeos (=galhas) nas nervuras centrais, pecíolos e ramos finos causando deformação do limbo foliar, devido à hiperplasia induzida pelo inseto, o que bloqueia o fluxo normal de seiva, levando à queda das folhas e morte dos galhos tenros. A microvespa-da-galha já foi registrada no estado de Minas Gerais, porém, nunca foi relatada em associação com o eucalipto na Região de Viçosa. Portanto, o objetivo deste trabalho é informar a ocorrência desta microvespa, no município. Uma árvore de eucalipto foi vistoriada e dela foram coletados ramos, nas direções Norte, Sul, Leste e Oeste, dos terços inferior, médio e superior da copa. De cada um deles, foram retiradas as folhas para serem analisadas quanto à incidência do inseto e à severidade dos danos. Uma escala de notas (0=sem danos; 1=existência de alguma deformação foliar; 3=quantidade mediana de cecídeos e deformação foliar e 5= folhas muito comprometidas com quantidade elevada de cecídeos e com perda e/ou deformação do limbo foliar) foi utilizada para avaliar a severidade das injúrias. Como resultados, constatou-se que 17,20% das folhas não apresentaram visualmente nenhuma incidência de danos (nota 0); 29,62% tinham alguma deformação foliar (nota 1); 30,73% das folhas apresentaram quantidade mediana de cecídeos e de deformações (nota 3) e no restante (22,45%) as folhas estavam severamente comprometidas pela quantidade elevada de galhas e pela deformação do limbo (nota 5). No que diz respeito à posição cardinal dos ramos, constatou-se que 67,67% das folhas colhidas no lado Norte estavam infestadas; no lado Sul foram 93,06%; no Leste 96,64% e no Oeste, 84,61%. Assim, pode-se concluir que o inseto tende a ser mais comum nos dois lados mais ensolarados do local em que se encontrava a árvore do que nos lados com menor incidência direta de radiação solar. Com relação aos danos causados por L. invasa, pode-se concluir que eles são severos e devem comprometer a produção e a sobrevivência de eucaliptos infestados, nesta região. Esta é a primeira notícia de ocorrência da microvespa-da-galha em Viçosa, Minas Gerais. |