Outros membros |
Alessandra Paiva Ribeiro, Ana Terra Bravim dos Santos, Angélica da Silva Lpes, Emilly Ramos de Mello, FRANCE MARIA GONTIJO COELHO, Guilherme Meneses Conte, Leandro de Souza Lopes, Maysa da Mata Silveira |
Resumo |
A Agroecologia contrapõe-se ao modelo da agricultura moderna e ponta alternativas para minimizar os impactos ambientais, a alcançar a sustentabilidade, a soberania alimentar e nutricional, a qualidade de vida e a autonomia dos agricultores e por isto vem ganhando adeptos e espaço no Brasil e no mundo. Nos trabalhos envolvendo a agroecologia utilizam-se várias iniciativas metodológicas diferenciadas que buscam reconhecer e ampliar os conhecimentos e as práticas agroecológicas dos envolvidos, a exemplo das Caravanas Agroecológica e Cultural. De 7 a 11 de abril/2015 realizou-se no Espírito Santo (ES) uma destas Caravanas, organizada em cinco rotas, uma delas percorreu o Norte do Estado. O objetivo é apresentar algumas informações, observações e reflexões realizadas durante a Caravana, rota Norte do ES. As observações feitas na Caravana foram conduzidas a partir de uma série de questões problematizadoras, formuladas pelos organizadores, com o objetivo de melhorar a apreensão das características das realidades encontradas nos territórios. Esse procedimento facilitou a análise e a sistematização das experiências. Uma das questões levantadas foi: Como o agronegócio, a mineração e a exploração das grandes multinacionais bloqueia e/ou restringem o desenvolvimento das experiências agroecológicas no território? Como as relações são estabelecidas para ultrapassar e resistir a essas barreiras? A região norte do ES é marcada pela presença intensiva de grandes multinacionais que exploram o granito e cultivam grandes extensões de terra com eucalipto e cana-de-açúcar. Nestas áreas de monocultivo e exploração dessas empresas encontram-se várias comunidades rurais, assentamentos, Escolas Famílias Agrícolas, comunidades tradicionais quilombolas, entre outros agricultores que praticam a Agroecologia como forma de produção e resistência, com vistas à autonomia, à sobrevivência com dignidade e à permanência na terra, onde as famílias possuem laços de vida e identidade. Os agricultores buscam se organizar e realizar ações que viabilizam o acesso aos mercados e as Políticas Públicas. A autonomia produtiva e organizativa das mulheres, viabilizada por essas ações é notável e tem permitido a melhoria da renda das famílias mudando o cenário do Êxodo rural na região. |