Resumo |
O comércio internacional possibilita ampliar o número de produtos para consumo, obter ganhos de eficiência, economias de escala, aumento da competição e consequente redução de preços dos produtos. Os fatores que o explica são também relevantes na definição do potencial de comércio existente entre as nações. Os fluxos passados mostram-se também como importantes na determinação do comércio, visto que podem influenciar o comércio presente. Quanto ao potencial de comércio, esse permite verificar a existência de comércio “inexplorado”, nível de integração dos mercados e a possibilidade de adoção de políticas comerciais para expansão do comércio. Neste contexto, desponta o seguinte problema de pesquisa: de que forma os fluxos passados, junto às outras variáveis determinantes, influenciam no fluxo de comércio entre pares de países? Existe potencial de comércio “inexplorado” entre o Brasil e seus principais parceiros comerciais para os produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados? Assim, o objetivo geral consiste em analisar as variáveis determinantes do comércio internacional brasileiro e identificar o potencial de comércio existente nas transações efetuadas nos três setores em análise: básicos, manufaturados e semimanufaturados, no período de 2000 a 2011. Especificamente, pretende se: a) Avaliar os efeitos dominantes dos fatores que afetam o comércio unilateral entre o Brasil e seus principais parceiros, especialmente os fluxos passados, por setor; e b) Identificar, por meio do índice do potencial de comércio, para quais setores e países é possível que o Brasil expanda suas relações comerciais. A fim de sustentar a análise deste estudo adotou-se a Teoria do comércio internacional e a Teoria do modelo gravitacional. Foi estimado o modelo gravitacional com técnica de dados em painel dinâmico e, em seguida, calculado os índices de potencial de comércio para os setores em análise. As variáveis deste modelo foram: o PIB brasileiro, o PIB do país importador,a distância, os fluxos passados de comércio, as taxas de câmbio, as tarifas e as barreiras não tarifárias (AVE) comuns às três classes de produtos, tendência e dummy para crise. Segundo os resultados, as principais variáveis relacionadas a esse fluxo de comércio foram à renda brasileira, os fluxos passados, a taxa de câmbio, a tendência e a presença de fronteira entre os pares de países. Entre os setores analisados, observou-se a influência da crise nas exportações dos setores semimanufaturados e manufaturados. As medidas tarifárias e não tarifárias não foram significativas individualmente. No que se refere ao potencial de comércio, os resultados apontaram que o setor de básicos obteve maior representatividade nas parcerias comerciais do Brasil, sendo observado uma integração comercial não favorável para os setores de produtos semimanufaturados e manufaturados, ressaltando uma maior necessidade de integração comercial para o setor de semimanufaturados e manufaturados. |