Resumo |
Introdução: Dentre os diferentes tópicos do estudo da Aprendizagem Motora, a forma como a prática deve ser estruturada é a mais importante. Em resumo, a prática organizada de forma constante parece favorecer a formação do Programa Motor Generalizado (PMG) que é investigado na literatura pelas medidas de tempo relativo e sequenciamento. Enquanto a prática aleatória beneficiaria aos aspectos variantes ou os parâmetros do movimento (ex. força total e tempo total). Apesar disso, não foram encontrados na literatura estudos que investigaram o efeito da prática aleatória manipulando tempo relativo. Objetivo: Verificar os efeitos da prática aleatória na manipulação do PMG. Material e Métodos: Participaram do estudo 20 estudantes universitários de ambos os sexos, na faixa etária 18 a 35 anos. A tarefa consistia no pressionamento de teclas específicas de um teclado numérico, nas medidas de tempo relativo (22,2%; 44,4% e 33,3% ou 33,3%; 22,2% e 44,4% ou 44,4%; 33,3% e 22,2%) e do tempo total (1400ms) dependendo do grupo experimental. Todos os voluntários foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos experimentais (n=10), sendo divididos em constante e aleatória, ambos, receberam 100% de CR. Para analise estatística foi realizado a análise de variância (ANOVA two-away) para identificar as diferenças entre grupos, blocos e interação. Para os testes de retenção e transferência foi utilizado o teste T de Student independente, com intuito de verificar as diferenças entre os grupos para os dois tipos de teste. Para a análise estatística foi utilizado o software SPSS versão 20. O nível de significância adotado foi p < 0,05. Resultados: Para medida de erro absoluto não foram encontradas diferenças significativas na fase de aquisição entre os blocos [F (3,95; 71) = 1,82, p = 0,135], assim como entre os grupos [F(1; 18) = 0,064, p =0,803] e na interação entre grupos e blocos [F(3,95; 71) = 1,24, p = 0,301], nos testes de retenção e transferências, também, não foram encontradas diferenças significativas, [t(18) = 0,145, p = 0,886] e [t(18) = 0,642, p= 0,529], respectivamente. Para medida de erro relativo, também, não foram encontradas diferenças significativas na fase de aquisição entre os blocos [F(3,4; 60,8) = 0,70, p = 0,573], mas foi observada uma diferença significativa entre os grupos, [F(1; 18) = 15,5, p = 0,001], em que o grupo que realizou a prática constante apresentou menor erro relativo que o grupo de prática aleatória. Além disso, não houve diferença significativa na interação entre grupos e blocos, [F(3,4; 60,8) =0,685, p = 0,581]. Nos testes de retenção e transferências, não foram encontradas diferenças significativas, [t(18) = 0,081, p = 0,936] e [t(18) = 0,983, p = 0,339], respectivamente. Conclusão: Os resultados encontrados demonstram que não houve qualquer efeito dos tipos de estruturação de prática na aquisição da habilidade motora. |