Resumo |
A abordagem pela otimização linear desfruta de ampla aceitação devido à habilidade de modelar importantes e complexos problemas. Problemas de mistura aplicados à produção de ração suína são relevantes já que os gastos com a alimentação correspondem grande parte do custo de produção destes animais. O objetivo foi determinar a composição de uma ração suína que atenda as exigências nutricionais requeridas para a fase de terminação utilizando modelagem matemática. O trabalho foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Câmpus Barbacena no período de Agosto de 2013 a Julho de 2014. Para retratar o problema da produção da ração foi desenvolvido um modelo matemático em forma de um sistema linear composto por equações e inequações. O modelo simulava uma ração para suínos composta por milho moído, farelo de soja 45%, farelo de trigo, fosfato bicálcio, calcário calcítico e sal iodado, devendo perfazer 100 kg e atender as exigências nutricionais dos suínos. O modelo foi desenvolvido baseado na composição dos alimentos e nas exigências nutricionais dos suínos (proteína bruta, energia metabolizável, aminoácidos essenciais digestíveis, sódio, cálcio, fósforo digestível e fósforo disponível) para fase de terminação I (70 a 100 Kg de peso vivo, 113 a 140 dias) de acordo com as Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos 2011, sendo testado posteriormente no programa Lingo, versão 14.0 demonstrativa, desenvolvido por LINDO Sistem´s Inc. Após o primeiro teste verificou que a ração obtida via modelo matemático apresentava dois ingredientes, farelo de soja 45% e farelo de trigo, respectivamente, acima e abaixo dos níveis de inclusão dos ingredientes na ração (o ingrediente farelo de soja 45% excedia 7,96 Kg, enquanto o farelo de trigo encontrava-se abaixo do nível prático de inclusão do ingrediente na ração). Após experimentos, o modelo foi reajustado de modo a não considerar as exigências em energia metabolizável e testado novamente no software LINGO. Posteriormente ao teste foi constatado que o novo modelo permitia que o teor de farelo de soja 45 % sofresse um decréscimo de aproximadamente 5,5 Kg, e ao mesmo tempo contribuía para um aumento do farelo de trigo de 0.43 Kg para 15 Kg. Essa nova formulação de ração atinge o nível máximo de inclusão do ingrediente farelo de trigo (15 Kg) e se aproxima do nível ótimo de inclusão do ingrediente farelo de soja 45% (20 Kg). Portanto, infere-se que para o modelo proposto fechar as exigências em energia metabolizável é necessário que haja um maior nível de inclusão de farelo de soja 45% na ração. O modelo proposto e desenvolvido é capaz de avaliar se uma determinada ração suína atende ou não as exigências requeridas pelos animais, e, futuramente, através de ajustes e de um melhor estudo sobre as variáveis em questão tal modelo poderá ser validado e ser implementado em software, sendo uma ferramenta útil não só para técnicos, mas também para os criadores de suínos. |