Resumo |
Dolichandra unguis-cati (Bignoniaceae), comumente conhecida no Brasil e Paraguai como unha de gato, é uma planta trepadeira lenhosa perene, nativa da América, do México até a Argentina que tem uma ampla distribuição pelo Brasil e Paraguai. Depois de introduzida como uma planta ornamental em vários países naturalizou-se e tornou-se uma importante invasora causando sérios problemas em jardins, pomares, florestas cultivadas e nativas na Austrália, África do Sul, China, USA (Sul da Flórida) entre outros. A unha de gato representa uma ameaça significativa para a biodiversidade, em áreas densamente afetadas, pois cobre totalmente a vegetação, dominando-a e levando ao declínio de morte das plantas subjacentes. Os métodos convencionais de controle, como o químico e mecânico não podem ser aplicados no seu controle pois são inviáveis economicamente e danosos ao meio ambiente. Com isso, o controle biológico com fungos fitopatogénicos é considerado uma das medidas para o manejo desta invasora. Com o objetivo de complementar o trabalho feito na busca de agentes adicionais para o biocontrole de D. unguis-cati foi realizado um levantamento ampliado dos fungos associados a esta planta invasora no Brasil e Paraguai visando produzir uma descrição mais completa da micobiota fitopatogênica e orientar a seleção de potenciais agentes de controle biológico. Durante o levantamento foram obtidas 45 amostras, provenientes das regiões sul, sudeste do Brasil e da região oriental do Paraguai. Foram encontrados, descritos e fotografados quatorze fungos, dentre os quais três são aqui reconhecidos como novos taxa, dez são novas adições a microbiota do Brasil e doze são novos relatos para o Paraguai. Compreendem esta micobiota: sete hifomicetos, pertencendo aos gêneros Alternaria, Cercospora, Passalora, Pseudocercospora, Ramularia e Myrothecium; três celomicetos, pertencentes aos gêneros Colletotrichum e Phoma; e duas ferrugens, pertencentes aos gêneros Uropyxis e Prospodium. Dentre as espécies encontradas, Uropyxis, Prospodium e Passalora são considerados como tendo o maior potencial para uso em programas de controle biológico clássico. |