Resumo |
As leishmanioses são doenças de caráter zoonótico causadas por protozoários do gênero Leishmania. Representam uma variedade de manifestações clinicas, acometendo uma diversidade de hospedeiros vertebrados, dentre eles, o homem. Dos 1,3 milhões de novos casos de Leishmaniose que ocorrem a cada ano no mundo, 300.000 representam a forma visceral e 1 milhão as formas cutânea ou mucocutânea. Dentre as medidas de controle adotadas estão a eutanásia dos cães infectados e a administração de medicamentos em humanos. Porém, o tratamento causa riscos à saúde dos pacientes devido à toxicidade das drogas disponíveis. Além disso, não existe vacina para uso humano e as poucas vacinas para uso em cães não têm eficácia comprovada. Portanto, a compreensão dos mecanismos envolvidos na infecção, bem como o estudo de fatores de virulência destes parasitos podem fornecer informações importantes para intervenção no ciclo de vida de Leishmania. Em trabalho anterior de nosso grupo, utilizamos uma proteína recombinante de Leishmania chagasi expressa em sistema bacteriano como prótotipo vacinal para Leishmaniose. O objetivo deste trabalho consistiu na obtenção de dois novos antígenos a serem incorporados nas formulações vacinais, isolados a partir de duas cepas de Leishmania (Viannia) braziliensis//, com o objetivo de verificar se a maior complexidade proteica da formulação aumenta o potencial vacinal do protótipo. Nesse trabalho foi realizada a clonagem e análise do sequenciamento de um dos genes alvo de ambas cepas. Os clones obtidos foram confirmados por PCR, digestão e sequenciamento seguido de análise de similaridade em banco de dados. Foram encontrados mutações do tipo SNP’s silenciosos nas posições 861 e 879 em clones de ambas cepas, mas não é possível afirmar se essas alterações são as únicas presentes nos clones pois os amplicons não foram totalmente sequenciados. Pretende-se, portanto, a realização de experimentos que complementem os resultados aqui obtidos, a fim de avaliar o potencial do protótipo vacinal, adicionando os novos antígenos. |