Resumo |
Esta pesquisa analisa a dinâmica espacial dos territórios homossexuais de Viçosa. O desenvolvimento do projeto se assenta no fato de que a homofobia é um dos temas centrais na atualidade demonstrando o completo desrespeito à democracia, a igualdade e a dignidade humana. A busca pelo conhecimento da territorialidade e manifestações gays na UFV e na cidade de Viçosa deverá promover a inserção de discussões efetivas sobre as políticas públicas a serem adotadas pela Universidade e pelo poder público municipal, tornando a inclusão uma realidade. A difusão da cultura gay pode ser o ponto de partida para a conscientização coletiva e a diminuição dos casos de preconceitos na área de estudo, fazendo com que a experiência possa ser exemplo de sucesso e inspirar novas ações pelo país. Bissaco (2009) e Barduni Filho (2010), relatam que a falta de ações públicas efetivas por parte da Universidade Federal de Viçosa e do Poder Público Municipal fazem de Viçosa um ambiente extremamente propício a atitudes preconceituosas, principalmente nos alojamentos, repúblicas e apartamentos ocupados exclusivamente por homossexuais, que se tornam espaços de proteção, mas ao mesmo tempo, de discriminação. Ao se observar o restante do campus e na cidade de Viçosa, a constatação de que muitos territórios são fluidos, entretanto, não impedem que estes se constituam em espaços de tolerância e relativa liberdade, ainda que seja por apenas o tempo de uma noite, como é o caso das festas gays. O ponto de partida metodológico seu deu com a busca por literatura que abordasse as dinâmicas territoriais homossexuais, posteriormente pelas ocorrências policiais registradas contra esse grupo, afim de levantar os espaços de vulnerabilidade à integridade física desses indivíduos. Realizou-se também uma oficina de formação para o Pibid Geografia e Inclusão sob o título: Desconstruindo gêneros no ambiente escolar: as novas viadagens. Na oportunidade capacitou-se os bolsistas que atuam com projetos nas escolas de Viçosa, proporcionando a possibilidade de discussão da orientação sexual como tema pedagógico a ser desenvolvido no ambiente escolar. As questões observadas e evidenciadas no desenvolvimento das ações, nos permite inferir e afirmar um vasto panorama entre formação de professores, educação sexual, segurança pública, concepções sobre gênero, sexualidade e homofobia no Brasil. As representações acerca das experiências LGBT não encontram momentos de reflexão ou interpelação, nem pela lógica institucional, nem pelo reconhecimento de igualdade de direitos, e nem tampouco pela formação em direitos humanos das próprias autoridades policiais e pelos graduandos em licenciatura, uma vez que não há a preocupação efetiva dessa discussão dentro da Universidade e também o despreparo das Polícias Civil e Militar no atendimento dos casos de homofobia, bem como nos registros dos boletins de ocorrência. |