Resumo |
Estudos mostram que a exposição crônica ao alumínio por até 70 dias, utilizando a concentração de 34 mg/kg via oral, causa desordens no tecido testicular, como descamação do epitélio seminífero e presença de células germinativas no lumen, redução na produção de testosterona e alterações em parâmetros espermáticos. Não foram encontrados estudos que avaliassem o efeito deste metal sobre o tecido epididimário, que é um orgão andrógeno-dependente e responsável pela maturação espermática. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da ingestão crônica de baixas e altas concentrações de alumínio sobre a morfometria epididimária em ratos Wistar adultos. Para isso, utilizou-se 30 animais divididos em quatro grupos experimentais (n=6/grupo), sendo que animais do grupo controle receberam 1 mL de água destilada, enquanto que os demais receberam 200 mg/Kg, 50 mg/Kg, 0,1 mg/L e 0,02 mg/L de cloreto de alumínio (AlCl3) respectivamente, adaptados ao volume de 1 mL. A administração foi feita diariamente por gavagem durante 112 dias. No 113º dia os animais foram eutanasiados (CEUA 19/2011), sendo o epidídimo direito separado e fixado em solução de Karnovsky por 24 horas. Posteriormente, o órgão foi seccionado, obtendo-se fragmentos de cada região epididimária, segmento inicial, cabeça, corpo e cauda, que foram processados histologicamente para inclusão em historesina. Os cortes histológicos (2µm) foram corados com azul de toluidina para análise microscópica. Os resultados obtidos foram submetidos a ANOVA, sendo as médias comparadas pelo teste de Student Newman Keuls ao nível de significância de 5%. Animais que receberam 200mg/Kg AlCl3 apresentaram aumento da altura do epitélio na região da cabeça e aumento no percentual de epitélio no segmento inicial em comparação aos animais controle. Nesta mesma região, os animais que receberam 0,1mg/L, 50 e 200mg/Kg AlCl3 apresentaram redução no percentual de lúmen com espermatozoides. Nos animais que receberam 0,1mg/L e 200mg/Kg foi observado aumento no percentual de epitélio na região da cabeça e do corpo do epidídimo. A concentração de 0,1mg/L AlCl3 também levou a diminuição no percentual de lâmina basal. Pode-se concluir que o alumínio provocou alterações na histomorfometria do epidídimo nas diferentes concentrações testadas. |