Resumo |
O uso de dispositivos de proteção solar é uma prática consolidada na arquitetura institucional brasileira. No caso das edificações escolares, que de maneira geral não possuem o uso de condicionamento artificial, o uso de elementos de proteção solar representa um aumento significativo das condições de conforto. O projeto de tais elementos exige um balanceamento entre a arte e a técnica de modo a resultar em um produto edificado que seja satisfatório tanto do ponto de vista formal e de identidade local, quanto sob a óptica do desempenho e da manutenção. Este trabalho tem como objetivo verificar as preferências dos usuários frente às condições térmicas e luminosas em ambientes que contêm proteções solares. Foram investigados ambientes de três edificações localizadas em um campus universitário na Zona Bioclimática 3. O método adotado parte do levantamento in loco das condições de conforto térmico e luminoso de salas de aula que contêm dispositivos de proteção solar. Foram coletados dados de temperatura de bulbo seco, radiação solar, umidade, iluminância e velocidade de ar em um dia de inverno e outro de verão, no ambiente interno e externo, considerando a profundidade dos ambientes em relação às aberturas para determinação dos pontos de medição. A percepção dos usuários destes edifícios sobre as proteções solares, seu aspecto formal e sobre o uso do ambiente foi obtida por meio de questionários, tanto para os ambientes internos quanto para o edifício visto externamente. Os resultados obtidos a partir de 106 questionários respondidos indicaram algumas preferências frente a conflitos entre a incidência da radiação solar direta no ambiente e os níveis de iluminação natural. Os resultados também identificaram preferências estéticas que, na verdade, refletem a satisfação no uso do ambiente. A contribuição deste artigo consiste na indicação de diretrizes para o projeto de elementos de proteção solar que alinhe o desempenho térmico e luminoso e o aspecto formal do edifício à percepção do usuário. |