Resumo |
O gladíolo é uma planta ornamental reconhecida mundialmente devido à variedade de cores, tamanhos e forma das flores. Dentre as doenças relatadas para a cultura, a mancha de curvulária está entre as mais destrutivas. Em abril de 2012, plantas de Gladiolus grandiflorus variedades Amsterdam e T-704 apresentando sintomas de mancha de curvulária foram encontradas no Setor de Floricultura da Universidade Federal de Viçosa. Os objetivos do presente estudo foram identificar a espécie do patógeno associado a essa doença no Brasil, avaliar a suscetibilidade dos principais materiais genéticos de gladíolo à mancha de curvulária e analisar a influência do binômio temperatura-molhamento na germinação do patógeno in vitro. A identificação do patógeno foi baseada em características morfométricas dos conídios e conidióforos e análises filogenéticas das regiões ITS (primers ITS1 e ITS4) e 28S rDNA parcial (primers LR0R e LR5). Para a avaliação da suscetibilidade das principais genótipos de gladíolo plantados no Brasil foram testados Gladiolus callianthus e Gladiolus grandiflorus variedades Amsterdam, Red Beauty, Rose Friendship, T-704, Tradehorn, Verônica e Yester Gold. A inoculação foi realizada com uma suspensão de 2x104 conídios/mL e a severidade da doença avaliada por meio do programa Quant. Para a determinação do binômio temperatura-molhamento, uma alíquota de 50 µl de suspensão conidial (2x104 conídios mL-1) foi depositada em placa de poliestireno no interior de um Gerbox contendo água destilada, sendo este posteriormente fechado e incubado na combinação de 7 temperaturas (10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40°C) e 5 períodos de molhamento (1, 3, 5, 8 e 12 horas), com três repetições por tratamento. O período de molhamento foi obtido com a interrupção da germinação pela adição de 25 µL de lactoglicerol à suspensão. A avaliação da porcentagem de germinação foi realizada em 100 conídios sob microscópio óptico, foi considerando germinado o conídio que apresentou tubo germinativo de tamanho igual ou superior ao seu comprimento. O experimento foi repetido uma vez. O patógeno foi identificado como Curvularia gladioli. Os materiais genéticos apresentaram diferentes níveis de suscetibilidade, sendo G. grandiflorus var. T-704 o mais suscetível (21,46%), seguido de G. grandiflorus var. Red Beauty (11,92%). A máxima percentagem de germinação in vitro foi obtida com a temperatura de 25,07°C e 24,88°C e molhamento foliar de 10,21 horas e 10,51 horas, respectivamente, para o experimento 1 e 2. Este foi o primeiro relato de ocorrência de C. gladioliem gladíolo no Brasil. |