Resumo |
Introdução: A síndrome de Louis Bar ou Ataxia Telangiectasia( A-T) é uma doença degenerativa rara, que acomete ambos os sexos e afeta o sistema nervoso e o sistema imunológico. Os sinais e sintomas mais característicos são a perda de equilíbrio, comprometimento da coordenação motora (Ataxia) e o aparecimento de pequenos vasos sanguíneos nos brancos dos olhos (Telangiectasia). Objetivo: Verificar o impacto de um programa de intervenção psicomotora sobre o desenvolvimento das valências psicomotoras de uma aluna com A-T. Principais ações: A a intervenções foram realizadas no Laboratório de Estimulação Psicomotora no Departamento de Educação Física, da Universidade Federal de Viçosa, no período de fevereiro a julho de 2014. A participante foi uma aluna de 8 anos, diagnosticada com Ataxia Telangiectasia, e as aulas foram ministradas por uma acadêmica da Educação Física, uma vez por semana com duração de 50 minutos. Durante os 2 primeiros meses os atendimentos foram individualizados, mas a partir do terceiro mês optou-se pela realização da aula com outra aluna da mesma idade em virtude da grande timidez e dificuldade de socialização da participante. As atividades lúdicas desenvolvidas buscavam melhorar o desempenho da mesma nos diversos fundamentos psicomotores dando ênfase no equilíbrio. Relatórios foram produzidos após cada atendimento para posterior análise. Estas informações foram complementadas por conversas informais com o responsável sobre o comportamento diário dos indivíduos dentro do contexto familiar. Resultados: A análise dos relatórios permitiu constatar ganhos importantes para o desenvolvimento da aluna. Esta apresentou melhora no equilíbrio, pois inicialmente desequilibrava-se 10 vezes para se deslocar ao longo de toda trave de equilíbrio, necessitava de apoio da professora para conclusão da tarefa. Atualmente já é capaz de caminhar ao longo da trave sem ajuda e desequilibra apenas 4 vezes. Outra melhora relevante foi em relação à comunicação e interação com a professora e a outra colega. Durante os primeiros atendimentos a aluna quase não se comunicava, limitando-se a usar apenas as palavras “sim” ou “não”, mas no decorrer das aulas começou a utilizar frases completas e atualmente se mostra mais participativa e comunicativa. Além disso, segundo relatos da mãe, a aluna também melhorou a socialização em ambiente escolar e já demonstra certa independência, solicitando à mãe que a deixe realizar determinadas tarefas sem ajuda, como tomar banho, descer as escadas do ônibus entre outras. Anteriormente, a mãe auxiliava em praticamente todas as atividades diárias e durante a marcha. Conclui-se que as intervenções são relevantes para o desenvolvimento das habilidades funcionais de indivíduos com A-T, contribuindo para uma maior participação dos mesmos nos diferentes contextos sociais. Além disso, é importante que o professor esteja a todo o momento orientando os familiares sobre a progressão da doença e como retardar eventuais perdas motoras. |