Resumo |
O crescimento da população idosa é um acontecimento mundial e tem ocorrido de forma acelerada no Brasil. A grande maioria dos idosos convive com uma ou mais doenças crônicas, que uma vez controladas não se tornam fatores limitantes para a sua rotina, permitindo viver normalmente, visto que a autonomia do idoso esta diretamente relacionada ao seu bem estar. Assim, as doenças que o acompanham podem não tornar-se empecilho para seu cotidiano. O estudo objetivou avaliar a relação do estado nutricional com fatores socioeconômicos dos participantes do Programa Municipal da Terceira Idade Viçosa – PMTI – MG. Realizou-se estudo transversal com os idosos de ambos os sexos, participantes de oficinas nutricionais. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV (Of. Ref. nº 039/2011/CEPH). Foi aferido peso, estatura e perímetro da cintura. A classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) e do perímetro da cintura foi realizada de acordo com o recomendado para a faixa etária do estudo. Aplicou-se questionário para a classificação da renda familiar per capita e categorização da escolaridade. Para análise estatística, utilizou-se software SPSS e significância de (p<0,05). A pesquisa contou com 51 idosos sendo 45 mulheres (82,2%) com idade média de 66,54 anos (DP=7,52). Em relação ao estado nutricional, o excesso de peso foi prevalente nos idosos 70,6% (n=36) e 29,4% (n=15) apresentavam-se eutróficos. Em relação ao perímetro da cintura a prevalência de idosos com alto risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares foi de 68,6% (n=35). Ao analisar a renda familiar classificou-se 19,6% (n=10) como vulneráveis, 62,7% (n=32) pertencentes a classe média e 17,6% (n= 9) a classe alta. Ao associar o estado nutricional com renda familiar per capita verificou-se que dos idosos que apresentavam eutrofia, 57,1% (n=8) e sobrepeso 64,9% (n=32) pertenciam a classe média (p=0,029). Ao relacionar o estado nutricional com o nível de escolaridade constatou-se que dos que apresentam eutrofia 42,9% (n=6) eram analfabetos ou tinham até 4ª série incompletos; dos sobrepesos 48,6% (n=18) possuíam 4ª série completos ou até 8ª serie incompletos (p=0,955). Encontrou-se relação estatística entre as variáveis estado nutricional e renda familiar per capita, no entanto a relação entre o estado nutricional e escolaridade não foi significante. Em geral, a realidade brasileira requer mais estudos e análises de tendências, devido a extrema heterogeneidade socioeconômica que podem ser determinante do estado nutricional encontrados em idosos. Diante desses resultados, esforços devem ser feitos para aprimorar as políticas públicas direcionadas para esse grupo etário, com intervenções, bem como na melhoria dos hábitos de vida. |