Resumo |
A imagem de São Jorge insere-se na cultura brasileira por meio da colonização Portuguesa, que impõe a religião Católica como religião estatal. A partir da chegada dos escravos, as religiões afro-brasileiras passam a se fundir, e o sincretismo religioso torna-se o meio que os escravizados encontram para manter seus ritos sem serem castigados pelos colonizadores. A partir do século XX, a linha índio-branco-negro resulta na Umbanda, religião formada dentro da cultura religiosa brasileira sincretizada ao Cristianismo, Espiritismo e ás religiões afro-brasileira como o Candomblé. Na Umbanda, a imagem do orixá, é associada a um ser que em vida teria estabelecido vínculos que lhe garantiam algum tipo de controle sobre certas forças da natureza, como trovão, vento, águas doces ou salgadas, ou seja, assegurando-lhe a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, trabalho com metais, entre outras atribuições. Em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Recife, no Candomblé e na Umbanda, o santo é associado ao Ogum, Orixá Ferreiro, senhor dos metais que criava suas próprias ferramentas para a caça, agricultura e também para guerra. No entanto, na Bahia o santo é associado a Oxóssi, deus dos caçadores, Orixá associado à lua, onde eis que surge a ideia puramente brasileira de que São Jorge mora na lua. Em torno de um cavaleiro armado há variadas histórias, crenças, lendas que circulam ao redor do mundo em anos que vão desde a era pagã a cristã. Acredita-se inclusive que por haver no imaginário das pessoas a figura de um homem destemido e guerreiro a cavalo portando uma espada, as lendas em torno desse mito tenha ganhado tamanhas proporções, pois em períodos de guerra ele viria libertá-los dos opressores. Podemos, portanto, perceber com o debate travado que, em diversas culturas há a imagem de um jovem destemido que luta para libertar os oprimidos. É a partir dessa assertiva que discorreremos ao longo do trabalho, dando enfoque principalmente às culturas cristãs Católica e Umbandista. Com base no levantamento de fontes bibliográficas buscaremos demonstrar a partir do processo de colonização como se desenvolve a adoração a Jorge no Brasil e os aspectos que aproximam o Santo do Orixá, explicitando termos como o de Arquétipo e Inconsciente Coletivo para explicar os então mencionados, levando em consideração que Inconsciente Coletivo é uma construção gradativa do imaginário coletivo, traçando assim o caminho que leva uma lenda a se tornar santo, e posteriormente, orixá. |