Resumo |
Chinchila é um roedor exclusivo da América do Sul, habitante das ladeiras rochosas das Cordilheiras dos Andes no Peru, Chile, Bolívia e Argentina. Devido ao valioso valor de sua pele, as espécies Chinchilla costina, C. brevicaudata e C. lanigera foram intensamente caçadas a partir de 1828, o que reduziu drasticamente seu número na natureza. Atualmente existem poucos exemplares selvagens nas áreas de preservação existentes e a espécie C. lanigera foi aquela que mais se adaptou à vida em cativeiro. Mesmo com sua importância comercial, pouco se sabe sobre a fisiologia reprodutiva da fêmea de chinchila, considerando aspectos como longevidade e sazonalidade, principalmente em animais criados no Brasil. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar dados zootécnicos de fêmeas criadas em cativeiro, a partir do levantamento das informações reprodutivas de animais pertencentes a um criatório no município de Nova Lima (19°59’9’’s; 43°50’49’’W, MG), no período de 1998 e 2002. Para isso, dados de 555 fêmeas foram analisados considerando vários parâmetros reprodutivos, como número de partos, de filhotes nascidos e sua razão sexual, ocorrências de natimortos e tamanho da ninhada/ parto. Também foi quantificado o total de partos/ fêmea em cada ano analisado (%). Para avaliar a longevidade reprodutiva, 132 fêmeas foram avaliadas considerando a idade média ao primeiro parto, número de partos/ fêmea ao longo da vida, o período médio de gestação e o período médio de intervalo entre partos, bem como a distribuição dos cruzamentos e nascimentos ao longo do ano. Considerando os cincos anos avaliados, a média de partos ocorridos por ano foi de 315.6 ± 64,6, sendo registrado uma média de 520 ± 109,95 filhotes nascidos/ ano. Dentre os animais nascidos, verificou-se uma razão sexual desviada para machos (média 273,4/ 238,6). O número de natimortos ao longo dos anos representou em média 2.22% do total de nascidos. O tamanho da ninhada foi praticamente constante nos anos avaliados, sendo a média geral de 1.644 ± 0,046 filhotes/ parto. O percentual médio de fêmeas que tiveram 1, 2 e 3 partos/ano foi, respectivamente, 59,34, 36,62 e 3,93%. Quanto a longevidade reprodutiva, a idade média ao primeiro parto foi de 580,7 ± 216,8 dias. O período médio de gestação foi de110,4 ± 1,2 dias, enquanto que o intervalo médio entre partos foi de 112,42 dias. Os cruzamentos se concentraram entre os meses de maio e novembro, enquanto que os nascimentos ocorreram em maior quantidade entre os meses de setembro e fevereiro. Esses dados são importantes para orientar a implementação de técnicas de manejo reprodutivo mais eficientes, além de planejar o uso adequado de biotecnologias da reprodução que visem aumentar a produtividade e reduzir o custo da criação. |