Outros membros |
Amanda Aparecida Correa Martins Machado, Bruna Paradelo Cardoso, Emily de Souza Ferreira, Gabriel Silva Rodrigues Ventura, Gisele Roberta Nascimento, Mariana Neiva Assunção, Mariel Hespanhol Torres, Olavo Jose Xavier do Carmo |
Resumo |
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, implantada pelo Ministério da Saúde em 2008, objetiva nortear as ações da Atenção Primária à Saúde (APS) de modo a atrair a população masculina para os serviços de saúde. Historicamente, os fatores sociais, culturais e psicológicos influenciam negativamente na busca dos homens por serviços de saúde. Muitos agravos podem ser evitados através das constantes ações da APS à essa população. A Educação em Saúde, não como meio de correção dos maus hábitos do indivíduo ou transmissão unilateral da informação, mas como uma pedagogia para o desenvolvimento da autonomia e do co-compartilhamento de saberes é um instrumento fundamental de promoção da saúde, emancipação do usuário e cumprimento de princípios do Sistema Único de Saúde instituídos na Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90. É com essa perspectiva que a Liga Acadêmica de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Viçosa (LASAC-UFV), composta por graduandos de Enfermagem, Medicina e Nutrição, insere-se no cenário de prática da APS. O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de uma das atividades da LASAC-UFV, que contou com a participação de 15 homens, entre 40 e 70 anos, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Bom Jesus, do município de Viçosa- MG. Em junho de 2014, integrantes da LASAC-UFV, juntamente com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desenvolveram uma Roda de Conversa, com o objetivo de acolher, vincular e melhorar a adesão desse grupo específico à APS. O tema central foi “Câncer de Próstata” por haver uma dificuldade na adesão às medidas de prevenção da doença e, em especial, aos receios que o assunto frequentemente gera em nossa cultura. Os convidados foram inicialmente acolhidos pelos condutores da Roda de Conversa e estimulados a expor conhecimentos e/ou dúvidas a cerca do tema central, possibilitando uma maior interação entre todos. Em alguns momentos, utilizou-se cartazes e slides para uma melhor didática. Os participantes questionaram sobre o comportamento do câncer, medidas de prevenção do câncer de próstata, incluindo alimentação e exames de rastreamento. A dinâmica da Roda de Conversa possibilitou o compartilhamento de experiência por quem já foi acometido pela doença, por quem se previne anualmente e por aqueles que expressaram medo, vergonha ou descuido com a relação aos exames e outros hábitos vida, sendo uma oportunidade de discussão e quebra do tabu ao exame de toque. A adoção de uma atitude acolhedora permitiu desnudar lacunas a respeito do autocuidado do homem sobre a temática, sendo capaz de esclarecer muitas dúvidas, neutralizar objeções e repercutir de forma positiva na qualidade de vida do usuário. Nessa perspectiva, constatamos que é possível criar um vínculo com essa população, desde que haja incentivo continuado por parte dos profissionais e do próprio usuário que, ao atestar o benefício da atividade, torna-se multiplicador das informações e incentivador para adesão de outros usuários. |