Resumo |
Este trabalho é parte de uma pesquisa em andamento no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa, esta tem como foco as experiências de duas Escolas Famílias Agrícola (EFAs) situadas no Território Rural da Serra do Brigadeiro. As Escola Família Agrícola Puris (EFA Puris) e Escola Família Agrícola da Serra do Brigadeiro (EFASB) foram criadas no início dos anos 2008 e 2007, respectivamente, por uma Associação de agricultores e agricultoras familiares, ambas apoiadas pela Política Territorial no contexto do Território Rural da Serra do Brigadeiro . Atendem crianças e jovens do campo, no Ensino Médio Profissionalizante e no segundo segmento do Ensino Fundamental, estas funcionam em regime de Alternâncias Educativas. Esses sujeitos construtores dessas experiências educativas vêm apontando a necessidade de um estudo que recupere a memória de sua constituição. Desse modo este trabalho tem o objetivo de buscar por meio das histórias orais desses sujeitos possíveis diálogos sobre a história de vida e construção dessas escolas. Essas experiências situam-se no bojo das diversas práticas de Educação do Campo no contexto brasileiro que nas últimas décadas vem ganhando espaço no âmbito Educacional. Essa pesquisa se caracteriza como um estudo de caso por se tratar de uma questão peculiar que visa compreender um fenômeno a partir de olhares diferentes da mesma questão. Para o desenvolvimento deste trabalho está sendo utilizado o caderno de campo para observação, diálogos individuais com as pessoas envolvidas no processo de construção dessas escolas, sendo estas conversas baseadas nos estudos de história oral, desse modo estão sendo produzidas narrativas nas quais visam valorizar a experiência de vida de cada pessoa envolvida nesse processo e seus diálogos com a criação dessas EFAS. Do que ouvimos até aqui, há um orgulho na gestão dessas EFAs que veem resultando na apropriação por parte de sua vizinhança na sustentação dessas instituições, seja no processo pedagógico, seja no envolvimento comunitário. Também o aponta-se para a formação agroecológica que empreendem e sua repercussão, ainda frágil, mas já significativa no âmbito regional. Porém, ainda há um forte silenciamento popular exercido pelas instâncias técnicas de gestão e de assessoria que acompanham essas experiências, além disso, enrijecimentos históricos-coronelísticos de disputas entre os municípios ainda repercutem em reduzidos laços pedagógicos entre as referidas EFAs. |