Outros membros |
Ênio Henrique Viana Araujo, Fernanda de Fátima Rodrigues da Silva, Geanne Carla Ripani Rodrigues, GINIA CEZAR BONTEMPO, Jerusa Maria de Oliveira, João Paulo Gusmão Teixeira, LUZIMAR CAMPOS DA SILVA, Natalia Lelis Bittencourt |
Resumo |
A Reserva da Biologia constitui uma área de aproximadamente 75 hectares. No século passado, sua área foi usada para o cultivo de café e cana-de-açúcar. Com a fundação da Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV) em 1926, atual Universidade Federal de Viçosa, o cultivo foi abandonado, permanecendo a área em processo de regeneração natural até os dias atuais. Hoje, 90 anos depois, a Reserva se encontrar como uma comunidade secundária, parcialmente protegida de cortes e extração de madeira. O local apresenta potencial para realização de pesquisas, atividades educacionais e extensionistas, já que se trata de um fragmento de Mata Atlântica. Porém, não há um levantamento do número e dos locais onde são realizadas pesquisas na reserva, tampouco existe um grupo gestor responsável por seu gerenciamento. Na busca para elaborar estratégias para a gestão compartilhada da área, o presente trabalho teve por objetivos levantar as pesquisas realizadas na Reserva da Biologia entre os anos de 2004 e 2014 e traçar um panorama do uso do local para atividades de pesquisa. Para tal, realizou-se uma pesquisa documental na biblioteca digital de teses da UFV (http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/), nos arquivos impressos dos programas de pós–graduação e das coordenações de cursos de Engenharia Florestal e Ciências Biológicas a procura de teses, dissertações e monografias que utilizaram a Reserva da Biologia como área de coleta/estudo. A pesquisa identificou 46 estudos que foram agrupados por similaridade de conteúdo. Verificou-se sete teses, 15 dissertações e 24 monografias, das quais 65% envolviam a fauna (22 trabalhos com vertebrados e 8 com invertebrados), 26% a flora, 5% o solo, 2% os fungos e 2% a Educação ambiental. A diversidade de pesquisas no local nos últimos 10 anos comprova o potencial de uso da reserva para fins acadêmicos e destaca a importância desse fragmento de mata para determinados departamentos e cursos de pós-graduação que têm, na região, uma ampla fonte de dados para a construção do conhecimento científico. Porém, a situação atual de demarcação da área pesquisada e dos locais de coleta pode ser comprometida pelo estado de conservação ambiental do local e pela inexistência de cadastro dos pesquisadores. A falta do zoneamento e do cadastro pode comprometer a integridade da atividade, oferecendo riscos à própria pesquisa (em decorrência de alguma intervenção indesejada) ou mesmo às outras pessoas que frequentam o local (pela proximidade aos materiais da pesquisa). Assim, este trabalho teve dois desdobramentos importantes: comprovou a relevância da Reserva da Biologia para a realização de atividades de pesquisa na graduação e pós-graduação e ressaltou a necessidade de zoneamento da área e cadastramento dos pesquisadores. É importante caracterizar a Mata como um laboratório natural, no qual se possa desenvolver o aprendizado in situ, sem, contudo, ameaçar a integridade dos demais visitantes ou a autenticidade das pesquisas realizadas. |