Resumo |
Brasília sempre foi foco de estudos urbanísticos, geográficos e sociológicos, seu aspecto modernista atrai atenção de pessoas e pesquisadores de todo o mundo, porém, é um ato costumeiro analisar Brasília isolada das demais Regiões Administrativas do Distrito Federal ou trabalhar com a média das estatísticas das regiões do DF. Isso pode acabar levando a uma homogeneização dos dados socioeconômicos, escondendo as diferenças presentes entre as Regiões Administrativas. O presente artigo tem como objetivo fazer um estudo sobre as desigualdades existentes dentro do Distrito Federal, colocando em xeque a idéia inicial de altos padrões por toda a região, mostrando assim a sua heterogeneidade. Utilizando variáveis como renda média per capita, distribuição populacional por cor e escolaridade os problemas sociais se tornam perceptíveis, bem como a necessidade de se pensar políticas públicas focalizadas geograficamente e de acordo com as peculiaridades de cada região, para então prover de fato um desenvolvimento social. Para tanto, abordamos um apanhado histórico-causal da atual “segregação planejada”, buscando discutir os problemas estruturais gerados pelo planejamento urbanístico moderno do Plano Piloto. Foram utilizados dados estatísticos coletados a partir de relatórios do PDAD (Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio), da Companhia de Planejamento do Distrito Federal- CODEPLAN, dados de 2004 a 2014, onde foi possível observar o quão gritante é a diferença entre os mais ricos e os mais pobres. Questões como cor e escolaridade se mostraram intrinsecamente ligadas à renda média per capita e à formação da cidade, gerando regiões elitizadas, onde a população de menor renda vai sendo empurrada cada vez mais para as extremidades do território e problemas como os da mobilidade urbana e o de um fluxo migratório descontrolado pode vir a somar ao problema da desigualdade social e do crescimento desordenado, sendo assim necessário repensar o “sucesso” que atribuímos a esta tão aclamada cidade planejada. |