Resumo |
A saúde do ser humano depende, dentre outros fatores, de uma alimentação em quantidade e qualidade adequada. O desperdício é um sério problema a ser resolvido na produção e distribuição de alimentos no Brasil. Embora os avanços tecnológicos contribuam para o aumento da produção de alimentos, o desperdício é uma atitude injustificável, visto que milhões de pessoas no mundo não tem o que comer. Preparar os alimentos integralmente, de modo que não haja desperdício, além de promover uma alimentação nutricionalmente saudável terá um baixo custo. Este projeto de extensão iniciou-se em 2012, com o objetivo de promover uma ação de segurança alimentar por meio da reeducação alimentar e do aproveitamento integral de alimentos. No presente momento, participam do projeto 32 mulheres, chefes de família, com renda media de um salário mínimo e que residem na periferia de Viçosa-MG. As oficinas são realizadas, nos finais de semana, geralmente a cada 15 dias, na Casa do Caminho que fica localizada no bairro Santa Clara. A metodologia utilizada foi à pesquisa-ação que possibilitou aos pesquisadores interagir com os participantes. A escolha dos temas abordados nos encontros são propostos pelas participantes por meio de reuniões e discussões, de modo a buscar informações importantes de serem enfatizados durante as oficinas. Observou-se que as participantes possuíam hábitos alimentares que precisavam de mudanças para que houvesse uma alimentação mais saudável com menos desperdício e aproveitando melhor os alimentos, e que essa alimentação inadequada afeta também a saúde delas, como alguns casos de sobrepeso e doenças crônicas. Nas oficinas procurou-se esclarecer aos participantes, que na maioria das vezes, as partes como talos das hortaliças e cascas de algumas frutas e vegetais são mais ricos em nutrientes do que as partes que são consumidas normalmente pelas pessoas. Sendo assim, essas informações foram passadas de modo que ao preparar os alimentos houvesse aproveitamento integral evitando-se o desperdiço. As receitas sempre foram preparadas no sentido de aproveitar integralmente os alimentos utilizando-se técnicas adequadas de cocção e higiene. Outro aspecto trabalhado durante as oficinas foi o incentivo a horta domiciliar, visto que parte das participantes moravam em casa que possui quintal, para produção caseira de hortaliças e plantas medicinais na perspectiva agroecológica. Outro ponto de destaque deste ano são as oficinas com compotas de frutas e conservas de legumes, que podem também ser empregadas na comercialização e geração de renda. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa. Conclui-se que as oficinas têm contribuído para promover hábitos alimentares saudáveis no contexto familiar após depoimento das participantes. |