Resumo |
O excesso de gordura corporal tem se tornado um problema de saúde pública que afeta diversas populações, permitindo caracterizá-la como uma epidemia com tendência a pandemia em países industrializados e em países da América Central e do Sul. Além do excesso de peso, a má alimentação tem sido apontada como um dos fatores determinantes para o surgimento de diversas doenças. Estudos de base populacional levando em consideração as características culturais e sociais da nossa região ainda são restritos. Objetivou-se verificar o excesso de peso e hábitos alimentares em adultos jovens. Trata-se de um estudo transversal de base populacional, no qual se obteve uma amostra de 655 indivíduos na faixa etária entre 20 a 39 anos (26,85 dp 5,47). As variáveis dependentes foram o excesso de peso, determinado através do índice de massa corporal (massa corporal/estatura2) e os hábitos alimentares. Além dessas variáveis foram coletados dados sociodemográficos para caracterização da amostra. A coleta dos dados compreendeu aplicação de um questionário e mensuração de medidas laboratoriais. Para fins de análise, os hábitos alimentares foram categorizados em fator de proteção e de risco para a saúde. Os dados foram duplamente inseridos no programa Epidata e realizada a consistência dos dados. Inicialmente foi realizada a estatística descritiva e para verificar as associações entre o estado nutricional e os hábitos alimentares utilizou-se o teste de qui-quadrado e de tendência linear, considerando o p descritivo ≤ 0,05. Os dados foram analisados no programa Stata, versão 13. Dentre os entrevistados, 51,15% eram mulheres, 69,31% estavam na faixa de 20 a 29 anos, 87,40% apresentavam escolaridade de 9 anos ou mais de estudos e apenas 30,23% da amostra viviam em união estável ou eram casados. A prevalência de excesso de peso foi observada em 35,57% dos avaliados. Ao estratificar a amostra, observou-se maior prevalência de excesso de peso nos homens (39,69%), na faixa etária de 30 a 39 anos (46,86%), até oito anos de escolaridade (55,00%) e naqueles que auto referiram estarem casados ou vivendo em união estável (48,99%). Em relação aos fatores de proteção alimentar reportaram o consumo, durante 3 ou mais dias da semana, de frutas, saladas cruas, verduras/legumes cozidos e feijão, respectivamente, 56,64%,, 82,75%, 58,63 e 93,28 dos avaliados. Quanto aos fatores de risco para a alimentação o consumo de refrigerante foi o que apresentou maior prevalência (55,70%), seguido do leite integral (51,76%), carne vermelha com gordura aparente (30,22%) e frango com pele (14,19%). Não foram observadas associações entre o estado nutricional com os hábitos alimentares. O estudo evidenciou uma alta prevalência de excesso de peso e consumo inadequado de alimentos. Esses achados são importantes para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas específicas para a prevenção de excesso de peso e hábitos alimentares saudáveis na população adulta jovem de Viçosa -MG. |