Outros membros |
DEBORA CARVALHO FERREIRA, Gabriela Freire Sader, Isabela Pereira Vicente, Jardel Fellipe de Lima e Silva, Joselice de Souza Barbosa, Ramon Augusto Ferreira de Souza, Samuel Henrique Vieira Oliveira, Vanessa Vieira Coutinho |
Resumo |
Trata-se de um relato de experiência resultado da participação voluntária de estudantes universitários da Universidade Federal de Viçosa no projeto Rondon na operação Guararapes, no município de Quipapá interior de Pernambuco em julho de 2014. Objetivou-se a interação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) como profissionais da área da saúde, e sendo eles também, moradores locais para a troca de experiências com os estudantes sobre o processo de gestão do trabalho. A integração ensino-serviço-comunidade através desse projeto possibilitou vivenciar uma realidade diferente a qual estamos inseridos, contribuindo, entretanto, para uma reflexão de nossa realidade, e a análise crítica de futuros profissionais da saúde que estarão nesse meio em outra realidade. Através desse encontro com os ACS primeiramente, explicamos o objetivo do Rondon na cidade devido ao baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) e que nossas forças concentrariam nos multiplicadores da cidade. E, como eles são o elo entre a comunidade, a participação dos mesmos era de fundamental importância, para o empoderamento e a construção coletiva do processo de trabalho que estão envolvidos. Em seguida, usamos a problematização de Paulo Freire, buscando a reflexão sobre o processo de gestão do trabalho ao qual vivenciam diariamente e para abordamos de uma maneira sucinta usamos as seguintes perguntas: o que me move a ser ACS, quais as dificuldades de um ACS e quais as facilidades de um ACS. Dessa discussão, surgiu um protagonismo, enquanto singularidade do ser ACS que só é possível, por meio da tríade saber, poder e a subjetividade de cada um, pois isso está em permanente implicação no modo gerir o seu trabalho. O desejo de permanecer na profissão foi referenciado, mesmo diante das adversidades encontrada diariamente seja física, estrutural ou logística, na forma de enobrecimento pela profissão, e na possibilidade de ajudar o outro, na construção de amizades, e no reconhecimento do seu trabalho como agentes de transformação de uma realidade que na maioria das vezes eles são os únicos profissionais de saúde que a população tem acesso. Afinal, devido a esses discursos é nítido perceber por parte desses profissionais o comprometimento pelas reais necessidades da comunidade, e consequentemente a motivação de enfrentar as adversidades, pois sabem diferenciar as ações que estão na sua governabilidade das que não estão. Enfim, como não há uma identidade que impõe, para definir o perfil do ACS, esses do interior de Pernambuco tem uma singularidade de inventar e reinventar seu processo de trabalho que já é descrito pela ótica de Deleuze (2002), onde realizam na prática a gestão de seu trabalho, sem conhecer a teoria. Assim, esse encontro com os ACS foi uma troca de experiências de muito mais aprendizado, proporcionada pelo Rondon que nos faz refletir a nossa realidade, através desses discursos sendo uma lição de cidadania, além de tudo. |