Resumo |
Com o advento da nanotecnologia, muitos pesquisadores têm proposto o uso da prata, na forma de nanopartículas (Ag-NPs), como potencial agente antimicrobiano. Neste contexto, as Ag-NPs foram sintetizadas pela redução química, utilizando citrato de sódio (Ag-NPC) ou borohidreto de sódio (Ag-NPB) como agentes redutores. Ambas foram estabilizadas com polivinil pirrolidona (PVP) e carboximetil celulose (CMC). A concentração de prata, o espectro de ação, a concentração mínima inibitória (CMI) e a concentração mínima bactericida (CMB), das Ag-NPs e do nitrato de prata (AgNO3), foram determinados sobre bactérias gram-positivas e gram-negativas. A Microscopia Eletrônica de Transmissão/Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raio-x (MET/EDS) foram empregadas para visualização dos danos causados pelas Ag-NPC e pelo AgNO3 e identificação de elementos, respectivamente, nas células de P. aeruginosa e S. aureus. Foi obtido 95,6 ± 1,6 mg.mL-1, para Ag-NPC e 31 ± 0,04 mg.mL-1, para Ag-NPB. A diferença de concentração se deve às proporções de reagentes adicionados na síntese. Não houve diferença (p > 0,05) no diâmetro do halo de inibição entre as bactérias gram-positivas e gram-negativas. Entretanto, a CMI das Ag-NPs e do AgNO3 foi menor sobre as bactérias gram-negativas. Além disso, tanto as Ag-NPs quanto o AgNO3 apresentaram apenas efeito inibitório sobre as bactérias gram-positivas. A adição dos polímeros PVP e CMC na dispersão coloidal manteve a CMI das Ag-NPC sobre as bactérias gram-negativas, porém, as Ag-NPC perderam sua atividade bactericida. MET/EDS mostraram que a prata entra nas células de P. aeruginosa e S. aureus e complexa com enxofre e fósforo, formando uma região de condensação no centro das bactérias. Os danos causados em S. aureus foram mais suaves em comparação com P. aeruginosa. Além disso, os danos causados pelas Ag-NPC foram semelhantes aos causados pelo AgNO3. A prata, na forma iônica ou na forma de nanopartículas, é um efetivo agente antimicrobiano contra bactérias gram-negativas. |