Resumo |
A Convenção de Alma Ata em 1978 declarou que a visão de promoção e prevenção à saúde na Atenção Primária é uma importante prioridade internacional, diferindo de acordo com as necessidades de cada país. O discurso da Saúde Pública e as perspectivas de redirecionar as práticas de saúde, a partir da década de 1980, vêm então se articulando em torno da ideia de Promoção e Prevenção da Saúde, que é um conceito tradicional, definido por Leavell e Clark (1976). Este conceito foi retomado e ganhou ênfase recentemente em países como o Canada, EUA, e países da Europa Ocidental. A revalorização da promoção e da prevenção da saúde resgata, com um novo discurso, o pensamento médico social do século XIX, afirmando as relações entre saúde e condições de vida. Uma das motivações centrais dessa retomada foi a necessidade de controlar os custos desmedidamente crescentes da assistência médica, que não correspondem a resultados igualmente significativos. Desde a década de 70 há um deslocamento do olhar médico para a prevenção, sendo que as ações preventivas definem-se como intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças especificas, sua incidência e prevalência nas populações. Deste modo, este trabalho visa analisar como é feita a abordagem da prevenção na Atenção Primária, dentro de um contexto de estudos incorporados na temática da Saúde Coletiva. A Saúde Coletiva é um campo científico que estuda o fenômeno saúde-doença, investiga a distribuição das doenças na sociedade, compreende as formas pelas quais a sociedade identifica necessidades e problemas de saúde, organizando a explicação deles e um modo de enfrentá-los. Foi realizada uma revisão de artigos abordando Prevenção e Atenção Primária e a inter-relação desses conceitos, descartando-se aqueles indisponíveis na rede de busca utilizada e não pertencem a domínio publico para leitura, os que tratam de assuntos específicos (como a AIDS, DST’s, doenças coronarianas), e aqueles lançados antes de 2009, em função dos critérios estabelecidos pela Quali Capes para a mensuração do impacto promovido pelos artigos analisados, sendo a Saúde Coletiva o campo de avaliação. Abarcando a representação social, estratégias e barreiras da prevenção na promoção da saúde; a avaliação da abordagem preventiva em diversos cenários e a percepção de usuários da Atenção Primária sobre suas consequências, 13 artigos elucidaram a revisão. Concluiu-se que se tornou uma proposta sócio- governamental, em diversos países, ampliar, para além de uma abordagem exclusivamente médica, o enfrentamento dos problemas de Saúde Pública, tendo como base o discurso preventivo atrelado ao conhecimento epidemiológico moderno e a promoção da saúde, objetivando controlar a transmissão de doenças infecciosas e a redução de riscos, estruturando, mediante a divulgação de informação cientifica e de recomendações normativas de mudança de hábitos, a execução efetiva da Promoção da Saúde. |