Resumo |
A ovinocultura é de grande importância para o cenário nacional, tanto pela geração de empregos, quanto por suprir o déficit de carne bovina no comércio interno. Esta atividade apresenta grande potencial de crescimento, visto que grande parte da carne ovina consumida é importada, principalmente do Uruguai (Barreto Neto, 2007). Estudos que viabilizem o uso de coprodutos industriais de baixo custo são importantes enquanto alternativa aos insumos tradicionais de produção animal, de maior custo. Tal uso reduz o passivo ambiental, já que o coproduto, um potencial poluidor, passa a ser destinado à produção de alimentos de origem animal (Oliveira, 2008). O farelo de mamona é um possível substituto ao farelo de soja, por ser uma fonte rica em proteína. Segundo Moreira et al. (2003), a degradabilidade ruminal da proteína bruta da mamona varia de 54,7 % a 77,4 %. O experimento teve como objetivo avaliar a substituição do farelo de soja por farelo de mamona, em cinco tratamentos distintos, e sua influência no desenvolvimento dos intestinos dos animais. O experimento foi realizado no Setor de Ovinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, utilizando 43 cordeiros machos, filhos de carneiros da raça Dorper e ovelhas da raça Santa Inês, com peso vivo médio inicial de 4,0 kg. Os cordeiros foram distribuídos segundo um delineamento inteiramente casualizado, em cinco tratamentos, como se segue: Tratamento sem - Sem suplementação em creep-feeding; Tratamento 0 - Suplementação em creep-feeding, concentrado sem adição de farelo de mamona; Tratamento 33 - Suplementação em creep-feeding, substituição no concentrado de 33 % de farelo de soja por farelo de mamona (base da MS); Tratamento 67 - Suplementação em creep-feeding, substituição no concentrado de 67 % de farelo de soja por farelo de mamona (base da MS); Tratamento 100 - Suplementação em creep-feeding, substituição no concentrado de 100 % de farelo de soja por farelo de mamona (base da MS). Após o nascimento, foram feitos o corte e a desinfecção do umbigo e, imediatamente após o nascimento, foi observada a ingestão de colostro pelo cordeiro. A partir do décimo dia de vida, os animais iniciaram o período de adaptação à dieta sólida, oferecida em creep-feeding. O período experimental durou do 15º ao 75° dias de vida dos cordeiros, encerrando-se com o abate e a colheita de amostras para posterior análise. O fornecimento de concentrado para os cordeiros dos tratamentos 0, 33, 67 e 100 foi ad libitum. O consumo diário de cada tratamento foi avaliado por meio da diferença entre o concentrado fornecido e as sobras. Após o abate, o peso médio dos cordeiros e o tamanho médio do intestino delgado dos animais foram comparados. O ganho médio diário dos cordeiros e o comprimento do intestino variaram de 66,33 a 121,28 g/dia e 2009,0 + 112,3 a 2408,2 + 126,34 cm, respectivamente. Constatou-se que os animais que apresentaram maior ganho foram, também, os que obtiveram maior comprimento do intestino. |