Resumo |
A biofortificação de alimentos busca reforçar o valor nutricional dos mesmos favorecendo a manutenção ou recuperação da saúde e prevenção de carências nutricionais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição química e o conteúdo de ferro de arroz do feijão pontal e caupi, da abóbora e da batata-doce desenvolvidos pelo Programa de Melhoramento Genético da Embrapa, carotenoides totais da abóbora e da batata-doce, e qualidade proteica de suas misturas. Para o preparo das farinhas o arroz e os feijões receberam cocção úmida e foram secos em estufa a 60°C por 17h. A abóbora e a batata-doce foram secas in natura a 60° por 6h. A umidade, cinzas, lipídios totais, proteína e fibra alimentar foram quantificados em base seca e carboidratos totais por diferença. O fitato foi quantificado por espectrofotometria, carotenoides totais por cromatografia líquida de alta eficiência, ferro por espectrofotometria de absorção atômica e qualidade proteica por ensaio biológico em ratos Wistar recém desmamados para quantificar os índices de qualidade protéica: quociente de eficiência proteica (PER), razão proteica líquida (NPR)e digestibilidade verdadeira (DV). Os alimentos foram classificados em 100 g como fonte (15% DRI) ou rico (30% DRI). Observou-se que a concentração de carotenoides na abóbora e batata-doce foram de 233,5 e 286,46 mg/100g, respectivamente. A abóbora, batata-doce e o feijão Pontal se correlacionaram (p<0,05) em relação ao conteúdo de lipídios. O maior conteúdo de fibra alimentar total foi observado no pontal (23,83± 0,45 g/100g), seguido do caupi (14,25± 0,92g/100g), batata-doce (13,79± 0,31g/100g), abóbora (13,52± 0,03g/100g) e arroz (1,0± 0,1g/100g). Com relação ao conteúdo de fitato, o pontal e o caupi se correlacionaram(p<0,05), do mesmo modo que a abóbora e a batata-doce. Quanto ao ferro, o maior conteúdo foi encontrado no feijão Pontal (6,67mg/100g), seguido do caupi (4,75 mg/100g), arroz (4,26 mg/100g), batata-doce (3,03 mg/100g) e abóbora (1,9 mg/100g). O PER e o NPR dos grupos testes não diferiram (p>0,05) do grupo caseína. A DV dos grupos teste foi inferior à caseína, no entanto os grupos contendo feijão caupi apresentaram digestibilidade superior (p<0,05) para arroz+feijão caupi (AFC) (81,5±3,05), arroz+ feijão caupi + abóbora (AFCA) (79,5±2,6) e arroz + feijão caupi+ batata-doce (AFCB) (83,0±6,5) em relação aos demais grupos testes que continham feijão pontal em suas combinações alimentares. Os feijões apresentaram alto conteúdo de ferro e fibra alimentar e a abóbora e a batata-doce alto conteúdo de fibra alimentar e carotenoides e fonte de ferro. Assim, os alimentos previstos no programa de biofortificação de micronutrientes apresentaram elevado conteúdo de nutrientes e de elevada qualidade proteica, pois mostrou-se tão eficiente quanto à caseína, para promover o crescimento e desenvolvimento dos animais. |