Resumo |
Dada a possibilidade de expansão em área e principalmente o aumento da produtividade, a produção brasileira de pêssegos pode aumentar bastante, reduzindo a necessidade de importação da fruta. Na avaliação dos genótipos o desempenho manifestado em certas estruturas dos indivíduos é mensurado para quantificar seu potencial. Quanto maior o número de medições maior será a precisão. No entanto, esse aumento de medições acarreta em maiores gastos de recursos humanos e financeiros, tornando o processo de avaliação um limitador ao programa de melhoramento. O objetivo deste trabalho foi determinar os coeficientes de repetibilidade e o número mínimo de frutos a serem avaliados para obtenção de resultados confiáveis para as principais características (físicas e químicas) em frutos de pessegueiros e nectarineiras cultivados em condições subtropicais. Trinta genótipos de Prunus persica foram avaliados no ano de 2013. As plantas encontram-se no pomar experimental da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa-MG (20°45’S e 42°51’O; 649 m de altitude). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 30 tratamentos (genótipos) e 30 repetições (frutos/planta). As características avaliadas foram: i) massa do fruto (MF), em gramas (g); ii) diâmetro sutural (DS); iii) diâmetro equatorial (DE); iv) diâmetro polar (DP) - os diâmetros (ii, iii e iv) tiveram seus resultados expressos em milímetro (mm) - v) firmeza da polpa (FIR), resultados expressos em Newtons (N); vi) teor de sólidos solúveis totais (SST), resultados expressos em °BRIX; vii) acidez total titulável (AT), resultados expressos em miligrama de ácido ascórbico por 100g de polpa; viii) a relação entre o teor de sólidos solúveis totais e a acidez total titulável (SST/AT). A partir dos dados coletados procedeu-se com a realização das análises genético-estatísticas que consistiram da análise de variância (ANOVA), teste de agrupamento de médias (Scott e Knott a 5% de probabilidade) e determinação de coeficientes de repetibilidade (r), número de medições necessárias para uma predição adequada (n_0) e coeficiente de determinação (R2) para o número de medições realizadas. Observou-se que houve efeito significativo de genótipos para todas as características avaliadas. O número de frutos a serem utilizados em avaliações de características físicas e químicas depende do estabelecimento do grau de confiabilidade desejado. Os coeficientes de repetibilidade obtidos da avaliação de 30 frutos por planta foi de elevada magnitude para a maioria das características avaliadas. É necessária a avaliação de, no mínimo, quatro frutos por genótipo para a obtenção de grau de confiabilidade (R2) acima de 80%. É aceitável o aumento do R2 para até 95%, sendo necessária a avaliação de 17 frutos por genótipo. No entanto, para atingir R2 de 99%, o número de frutos necessários seria de, no mínimo, 84 frutos, aumentando consideravelmente os gastos na avaliação das características físicas e químicas consideradas. |