Resumo |
O aquecimento global e as fortes pressões ambientais fazem com que aumentem as pesquisas em busca de novas fontes renováveis de energia. Várias formas de geração de energia renovável têm sido testadas e aplicadas nas últimas décadas. Porém nem todas apresentam custo-benefício satisfatório. Neste cenário, a madeira surge com alto potencial energético e com satisfatório custo-benefício. O conhecimento do poder calorífico superior da madeira é fundamental para avaliar o seu potencial energético, sendo este, influenciado por diversos fatores como o teor de lignina, de holoceluloses, de extrativos e de materiais inorgânicos. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência do teor de inorgânicos no poder calorífico superior da madeira do gênero Eucalyptus. Foram avaliados 6 diferentes clones, com idade de 9 anos, sendo 5 híbridos de E. grandis x E. urophylla e 1 de E. grandis, em quatro repetições, totalizando 24 árvores, colhidas em plantio comercial na cidade de Divinésia, Minas Gerais. Retirou-se 5 discos ao longo do tronco de cada árvore, nas posições de 0, 25, 50, 75 e 100% da altura, obtendo-se uma amostra composta representativa de cada árvore. O poder calorífico superior foi determinado conforme a norma NBR 8633 ABNT (1984). O teor de inorgânicos foi determinado em equipamento termogravimétrico, utilizando uma faixa de aquecimento de 32º C por minuto, e uma temperatura final de 600º C até atingir massa constante. Para a análise dos resultados foi realizado o teste de Fisher para comparar as médias e de regressão linear para correlacionar os parâmetros analisados. Não foi encontrada uma correlação significativa entre o teor de inorgânicos e o poder calorífico nos clones avaliados. Era esperada uma relação inversa entre o poder calorífico e teor de inorgânicos, ou seja, quanto maior o teor de inorgânicos menor o poder calorífico da madeira. Conclui-se, então, que provavelmente os teores de extrativos e de lignina tiveram maiores influência sobre sob o poder calorífico que o teor de inorgânicos. |