Outros membros |
Augusto Renan Rocha Severo dos Santos, Guilherme Bottairi Machado, Izabella Ferreira Correia, Julimara de Souza Costa Oliveira, Larissa Gonçalves Castor, Melina Nascimento Franca, Saullo Vinícius Pereira Alves |
Resumo |
A dengue ainda constitui sério problema de saúde pública no mundo especialmente nos países tropicais onde há condições ambientais favoráveis para a proliferação do vetor, sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde, doença negligenciada. Em Viçosa, desde 2009, o número de casos autóctones de dengue vem aumentando gradativamente em relação aos casos alóctones, sendo que, em 2013, os casos autóctones representaram mais de 85% do total de casos. As ações de combate ao vetor no município são desenvolvidas pelo Programa de Endemias (PE) que conta com 41 agentes de combate às endemias (ACE), que desenvolvem atividades de campo. O Programa PET-VS Produção de Informação e Educação Permanente em Vigilância em Saúde, financiado pelo Ministério da Saúde, vem desenvolvendo, desde 2013, atividades de formação permanente de ACE e graduandos de Medicina Veterinária e Enfermagem da UFV envolvendo o controle da dengue, dentre outros temas. Dentre as atividades desenvolvidas, têm-se o acompanhamento do trabalho dos ACEs pelos estudantes em caminhadas transversais e a aplicação de questionários a moradores, tendo-se como meta atingir 5% das residências do município. O investimento em tais atividades tem como propósito compreender as dificuldades cotidianas de trabalho dos ACE’s e as representações do trabalho de controle da dengue pelos moradores. As caminhadas proporcionaram uma aproximação dos estudantes com o trabalho cotidiano do serviço, permitindo vivenciar a relação da população com os profissionais no momento das visitas domiciliares. Em várias situações, percebe-se grande receptividade da população, o que é facilitado pelo conhecimento prévio existente entre moradores e agentes; entretanto, também são perceptíveis momentos de tensões e rejeições, sublinhados, principalmente por questões de gênero e raça/etnia. Em relação aos questionários, até o momento, percebe-se que a população em sua maioria considera importante o trabalho do agente, mas não reconhece o profissional como educador, atuando na orientação de ações e atitudes com o objetivo de prevenção da dengue. Tal achado informa sobre a necessidade de afirmação do trabalho dos ACE’s enquanto agente mobilizador e orientador de práticas que contribuam para o controle e prevenção da dengue. O que requer a mudança de percepção da população sobre o trabalho desse profissional de uma atuação menos pragmática para uma atuação educativa. Os resultados também orientaram a realização de uma oficina, abordando o perfil epidemiológico da dengue no município e aspectos do controle. Adicionalmente, estão sendo programadas atividades para discussão e problematização de temas relacionados ao cotidiano do trabalho, como cidadania, relações de gênero, raça/etnia e ética. |