Resumo |
Sementes de elevada qualidade fisiológica são necessárias para atender à produção e à comercialização de soja. Visto que a radiação gama tem sido utilizada como uma alternativa para obtenção de mutantes com maior potencial produtivo, fazem-se necessários estudos envolvendo o emprego dessa radiação na melhoria da qualidade das sementes de soja. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da radiação gama na qualidade fisiológica de sementes de soja. Sementes de duas linhagens de soja foram irradiadas com as doses de 0, 50, 150 e 250 Gy de radiação gama em fonte de 60Co, no Centro de Energia Nuclear na Agricultura - CENA/USP, Piracicaba, SP. Em seguida, as sementes foram cultivadas no Campo Experimental “Diogo Alves de Mello” da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, MG, originando a geração M2. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições de 50 sementes, exceto para o teor de água, em que foram utilizadas quatro repetições de 25 sementes para cada linhagem. Determinou-se o teor de água pelo método padrão da estufa, a 105 ± 3 ºC, durante 24 h, com resultados expressos em porcentagem. A qualidade fisiológica das sementes de soja foi inicialmente determinada pelo teste de germinação em rolo de papel tipo germitest, sendo este umedecido com água destilada, na proporção de 2,5 vezes o peso seco do papel. Os rolos foram colocados em germinador à temperatura constante de 25 ºC. Determinou-se o número de plântulas normais e, ao final do teste, foram, ainda, computadas as plântulas anormais e sementes mortas. Juntamente com o teste de germinação, foi realizado o teste de primeira contagem de germinação, obtido pelo número de plântulas normais, no quinto dia após a montagem do teste, sendo todos os resultados expressos em porcentagem. De cada repetição, foram retiradas 10 plântulas normais, no terço médio do papel, em seguida foram mensurados os comprimentos das plântulas, com auxilio de uma régua; logo após, foram colocadas em estufa de circulação forçada de ar, à temperatura de 65 °C, até atingirem peso constante, obtendo-se a matéria seca das plântulas. Os dados foram analisados utilizando-se o modelo fatorial 2x4 (duas linhagens x quatro doses de raios gama). Os dados em porcentagem foram transformados em arco seno √(x/100), para a análise de variância e teste de Tukey. Observou-se que as linhagens apresentaram diferenças em função do seu próprio potencial genético. A irradiação afetou todas as variáveis; as sementes apresentaram germinação superior a 90%, exceto quando irradiadas com dose de 250 Gy, que diferiram das demais (p<0,05). Menores médias também foram observadas para o vigor das sementes sob a dose de 250 Gy. Conclui-se que as doses de 50 e 150 Gy não afetam a qualidade fisiológica das sementes, enquanto, a dose de 250 Gy prejudica sua germinação e vigor. |